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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estação hidroviária na área da antiga SIDERAMA


Cerca de noventa por cento das pessoas que chegam ou saem de Manaus fazem isso através das águas, hoje este fluxo está concentrado na Manaus Moderna, nome até contraditório tendo em vista a forma precária como as pessoas são obrigadas a embarcar e desembarcar dos barcos lá encostados. Há quem, por generosidade, chame aquilo de porto, o que de fato não é porque está funcionando, na verdade, como um “atracadouro”, em que passageiros e carregadores batem-se uns contra os outros, desviando-se das cargas colocadas ao chão, equilibrando-se na hora de embarcar ou desembarcar em pranchas improvisadas de madeira. Um cenário que é um misto de desconforto e insegurança.
O cidadão coitado! Necessita se submeter a estas condições, pois na grande maioria dos casos a viagem de barco é a única alternativa, ou por conta do preço da passagem, ou por ser a única forma de se chegar ao destino pretendido. O poder público por sua vez, se mantém inoperante ante a esta situação, deixando as pessoas que dependem do transporte fluvial entregues a própria sorte.
Pensando nesta situação, venho a alguns anos, juntamente com o vereador Mário Frota (PDT), amadurecendo uma idéia que dividi com meus colegas de partido, que é a criação de uma estação hidroviária na área da antiga SIDERAMA. Este local seria estratégico, uma vez que a maior parte dos passageiros que se utilizam da Manaus Moderna são moradores de bairros compõe as zonas leste e norte mais próximos da área da SIDERAMA do que do centro da cidade.
Não esqueçamos de um ponto importante deste projeto que será a revitalização dos galpões do antigo CEASA. Não tenho dúvidas que os empresários que hoje tem suas atividades comerciais nas áreas conhecidas como “Escadaria dos Remédios e Manaus Moderna”, por certo migrarão para o CEASA, criando assim, trabalho e renda para os moradores dos bairros adjacentes. Outro ponto que deve ser observado será a redução do fluxo de veículos do centro da cidade, acabando, por fim, com aquele cartão postal inóspito que é a MANAUS MODERNA, que tanto envergonha o povo amazonense.
Naturalmente seriam necessários alguns ajustes nas linhas de ônibus e talvez até a criação de uma linha específica, mas nada que onerasse tanto, tendo em vista o ganho que se teria em conforto e segurança.
Outro ponto importante é que a construção de uma estação como esta não tem orçamento muito elevado, uma vez que não se necessita do mesmo aparelhamento que um porto que se presta a carga e descarga de navios. Sob o ponto de vista técnico nada desqualifica aquela área para a finalidade de uma estação hidroviária, pois apesar de naquele ponto o rio possuir baixo calado (segundo a marinha de 5 a 7m), para embarcações com finalidade somente de transporte de passageiros seria o suficiente.
O que falta então? É o que também me pergunto há alguns anos, pois não é possível que nossos governantes não tenham enxergado até hoje a necessidade de uma obra como esta, para que se possa retirar nossos irmãos, que dependem do barco como transporte, da situação humilhante e indigna que se encontram hoje.
Por: Paulo Onofre