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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Declaração Universal dos Direitos Humanos – 63 anos - Iguais na Diferença.

Há cinco anos o Amazonas perdeu Nestor Nascimento - um dos baluartes da luta pelos Direitos Humanos em nosso estado.

Era Outubro de 1998, o companheiro Nestor Nascimento chegava a Manaus depois de passar quinze dias nos Estados Unidos, a convite dos Ianques onde proferiu várias palestras em Universidades sobre o tema Direitos Humanos.
Após sua chegada conversamos e decidimos, juntamente com um grupo de amigos, realizar nos dias 9 e 10 de dezembro 98, seminário em comemoração aos 50 (cinqüenta) anos de assinatura da Carta Universal dos Direitos Humanos.
Foram dois dias de discussões sobre temas que, após dez anos, ainda estão muito atuais como: O jovem, o deficiente e o idoso, suas dificuldades de inserção no mercado de trabalho; Minorias étnicas problemas e soluções; Direitos Humanos e suas garantias constitucionais; A qualificação profissional dos detentos nas unidades prisionais, com objetivo de inseri-lo no mercado de trabalho  e outros temas que o tempo se encarregou de apagar de minha memória.
O local do evento foi o auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção do Amazonas. Ao final dos debates preparamos o que chamamos de ‘Carta Manaus’, com conclusão dos vários painéis - material este que foi encaminhado para o governo do Estado e Prefeitura de Manaus, com o objetivo de colaborar e sugerir soluções dos problemas.
Após treze anos, pouco ou quase nada foi feito na área de Direitos Humanos, em nosso País. O que vemos hoje é a violência campeando cada vez mais as penitenciárias superlotadas, o idoso sendo desrespeitado todos os dias, o deficiente sem uma política pública séria para inseri-lo no mercado de trabalho. Como diria minha avó: “esse negócio vai de mal a pior”.
Há cinco anos o Amazonas perdeu dois grandes baluartes da luta pelos Direitos Humanos em nosso estado, que foram Nestor Nascimento e Zeno Lanzini, a quem presto homenagens quando da comemoração dos 63 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos.

                        
                         
Entendo que as organizações sociais em nosso País terão que  avançar cada vez mais buscando a defesa da cidadania e o postulado da liberdade  com o despontar dos 63 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos - acontecimento que deve ser compartilhado pelo variado leque étnico de toda a raça humana.
É obrigação das sociedades livres, zelarem pelo ideal fraterno plantado pelos pioneiros que na aurora das conquistas sociais amanheceram para as populações injustiçadas, a claridade do direito para todos, essencialmente o primado do direito e da justiça, levando a todos os países e povos, uma nova jornada em busca da justiça e o loquaz compartilhamento de uma nova ordem social onde cada membro tenha como todos o mesmo direito de ir, vir, e permanecer em sua inteira vontade, desde que também não provoque constrangimento a outrem. É o que vemos em todas as cartas magnas da maioria dos países civilizados.
Infelizmente, após 63 anos de trajetória histórica, a Declaração tem encontrado barreiras sombrias que tentam obstruir a caudal luminosa de seu conteúdo libertador, a água civilizadora que mata a sede das sociedades em que ainda a tirania afoga as multidões no lodaçal dos interesses políticos nauseabundos que permeiam principalmente os países em desenvolvimento, onde a injustiça campeia pisoteando os direitos das minorias, principalmente demonstrando por meio da ineficácia dos poderes constituídos, a ausência do Estado. Nessa dimensão constatamos uma insólita resultante: péssima educação, agônica saúde, catastrófico transporte e corrupta segurança, a própria polícia assaltando o cidadão, que estarrece em pânico sem ter para quem apelar.
Hoje o mundo explode sob a violência generalizada. A decadência e o vicio, são vomitados pela janela da TV direta nos olhos inocentes de nossas crianças. Na outra margem do rio social, os idosos também sofrem discriminações de toda espécie, e o rio dos inocentes segue combalido o seu itinerário de vítima e mártir, esperando que uma sociedade madura, distinga entre a criança e o velho, o eixo indelével de todo as sociedades.
Resta darmos as mãos e plantarmos em nossos próprios corações, a verde semente da Declaração, que reflorestará não só os povos da Amazônia, mas todos os povos do planeta Terra, nos rumos livres do novo milênio.

                                                 
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Jornal Tribuna do Iranduba 
                                                     


                          



                                 

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