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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Prédio da Defensoria Pública prestes a desabar

Parte do prédio, onde funcionou uma sapataria já
pegou fogo devido as precárias insatalações elétricas.

É ali defronte do antigo Hotel Amazonas que está fincado o prédio que durante muitos anos abrigou a Defensoria Pública do Estado do Amazonas, hoje entregue ao abandono sem atender a nenhum benefício da comunidade manauara, mas que pode ser reaproveitado, uma vez que é um ponto convergente onde passam pelo local grande massa da população que vão às compras no Centro Comercial de Manaus. O prédio possui acomodações propícias para atender a demanda dos camelôs, já que a obra do Shopping do Camelô foi embargada pelas autoridades, criando para nossa cidade um impasse infernal, pois os citados micro-empresários têm que sair do espaço que ocupam, pois transformaram o centro comercial de Manaus num bazar fantasmagórico só comparável àquelas cenas das feiras hiper-realistas dos filmes que vimos tantas vezes em nossa infância, é claro, nos cines Guarani e no Politheama.

O certo é que temos que mudar urgentemente o visual urbano da área comercial, hoje quase que totalmente ocupada pelos camelôs, que dirão nossos visitantes (turistas) obrigados a conviver com uma cena dantesca daquela natureza, onde não somente mercadorias são vendidas ao longo das calçadas como também alimentos, que estão expostos à mostra sem qualquer preocupação de higiene, sem contar que todos aqueles tugúrios disformes feitos de grade, papelão, e plástico, uma coisa absurda, horrorosa, que enfeia a maior metrópole da Amazônia Ocidental.

Ali no prédio onde funcionou a Defensoria poderá ser adaptado um mini-shopping para abrigar os camelôs, a estimativa é de algo em torno de 300 trezentos, pelo menos, atendendo assim a demanda comercial desses trabalhadores e resgatando sua dignidade, transformando-os em micro-comerciantes, capacitando-os através de cursos e organizando-os em cooperativa.

Não esqueçamos que no final da década de 80 fomos brindados com fatos insólitos, quando os camelôs foram vítimas de espancamentos pelos chamados rapas da Prefeitura de Manaus e por policiais que, por determinação do Prefeito da época, que de forma atabalhoada tentou retirar na marra estes trabalhadores do centro comercial de Manaus, seus comandados não mediram esforços para atender as ordens daquele que pousava como liderança política emergente em nossa cidade.

Dona Nadir que trabalha até dias de hoje como camelô na Rua Henrique Martins, conta que quando os policiais truculentos chegaram ao centro de Manaus, comandado pelo Capitão Bonates, baixaram a porrada nesses sofridos trabalhadores, e que seus pertences foram surrupiados além de sua liberdade constitucional. Os rapas interceptavam materiais de toda ordem até as bacias de banana frita eram apreendidas e depois junto com os guardas iam comer as deliciosas iguarias caboclas, com refresco de gengibre, que a verve amazônica chamava de gengibirra. Que saudade!

Assim sendo, temos que trabalhar em cima de pequenos projetos como esse que sugerimos, deixem de sonhar com projetos grandiosos e mirabolantes saídos das cabeças de alguns tecnocratas megalomaníacos que assessoram o Prefeito, quem sabe dando valor às nossas coisas, reformando-as e adaptando-as à nossa realidade desburocratizando as ações, já que se não fizermos assim, isto é a Copa vai escapulir entre nossos dedos, e o Pará é quem vai ser o maior beneficiado pela nossa incompetência e inoperância porque Manaus perderá a oportunidade única de ser cidade sub-sede da Copa de 2014. Temos que fazer alguma coisa, pois do jeito que está a casa cai, não esqueçam que o tempo urge.

Abram o olho! Os paraenses são bons de bola e bons de boca, pois a Copa pode ir para Belém. Sumano, tô te avisando. Paraense é esperto e tá de olho aberto, que nem cururú na beira do rio, caçando carapanã, como diz aquele adágio popular: “quem avisa amigo é”.

Por: Paulo Onofre Lopes de Castro

Jornalista (MTb 467)

Militante Político e Social