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segunda-feira, 25 de abril de 2011

CEASA – O FANTASMA DA ÓPERA CABOCLA

Manaus, a 4ª cidade mais rica do Brasil, ainda não tem um Centro de Produção e Abastecimento, como o Ceasa foi há décadas atrás.

Talvez umas das poucas obras da ditadura militar aproveitável nos 30 anos em que o Brasil sofreu constrangimento geral na sua liberdade, como na sua estrutura de país amordaçado, o Ceasa foi uma delas juntamente com o aeroporto Eduardo Gomes, que na época era o melhor e mais moderno do Brasil.

A esquerda sempre bateu na direita alienada que os milicos representavam. Verdade exata, já que a revolução da mentira ideológica se deu exatamente no dia da mentira, 1º de abril.

Assim, também é preciso dizer que muita coisa boa foi feita pelos militares, por exemplo, além das obras citadas, traficante não metralhava soldado, nem botava banca, porque levava fogo. E ninguém defendia bandido, costume democrático que precisa ser revisto em nossa Constituição, onde o pilantra, o estuprador, o serial killer e o político corrupto protegido pelo mandato, têm os mesmos direitos que um cidadão contribuinte.

Já o Ceasa, com sua imensa estrutura arquitetônica, que foi projetado como terminal de produção para atender uma cidade de apenas 600 mil habitantes, hoje se encontra no abandono geral, com seus espaços gigantescos sem uso, sobrando como obra morta dentro de uma cidade que não tem trânsito produtor nem gestão no setor produtivo do Estado.

É certo que, o bairro do Mauazinho nasceu de suas costelas, como Eva de Adão, e as boates e lupanares do bairro uma conseqüência do descaso social que campeia em nossa cidade. Manaus também é a capital das invasões.

Acontece que a invasão que tomou conta do ciclópico Ceasa, é a do silêncio. Como um sarcófago da administração estadual, municipal, e federal, o Vale dos Reis da produção e do abastecimento, está entregue às baratas, e o que é pior, sem finalidade alguma, servindo apenas a sanha de alguns comerciantes espertalhões, que tiram proveito da sobra da nefasta ditadura.

Assim, quem chega diante daquela imensa esfinge do abastecimento abandonada, fica perplexo perante a grandeza da obra que o tempo inexorável está transformando em passado.

Seria bom que as autoridades competentes, pródigas em mandar derrubar estádios e prédios suntuosos em Manaus, como aquele edifício da Praça da Saudade, levem em consideração este artigo, e façam alguma coisa para reestruturar e por em funcionamento o Novo Ceasa, já que Manaus, a 4ª cidade mais rica do Brasil, ainda não tem um Centro de Produção e Abastecimento, como o Ceasa foi há décadas atrás. E olha que naquele tempo, quem mandava dar porrada eram os milicos. Aliás, o rei e general Leônidas é quem estava certo, quando dizia: “Se as flechas taparem o sol, melhor, combateremos à sombra”. Vamos reconstruir o Ceasa, minha gente. Isso será sopa para o prefeito Amazonino, ou o governador Aziz, pois como diz o Phellipe Daou, dono da Rede Amazônica: “A gente descansa carregando pedra”. À obra, meu povo!

Por: Paulo Onofre Lopes de Castro

Jornalista (MTb 467)

Militante Político e Social

Foto: www.d24am.com