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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O BOM FILHO À CASA PATERNA VOLTA

Sabino fumou o cachimbo da paz com Amazonino.
Tenho um velho costume de, ao final da tarde, sentar-me em uma velha cadeira de vime na porta de casa, um costume antigo, dos tempos da minha infância quando morava em Óbidos onde, no início da noite, moradores reuniam-se nas casas de vizinhos para tomar um saboroso café torrado no fogão à lenha que, colocado no pilão, era transformado em pó com gosto inigualável. Entre um café e outro ouvíamos as notícias vindas por meio de um velho rádio da Semp, era a hora do Repórter Esso - naquela época a televisão não havia chegado para aquelas bandas.

Morando em Manaus há 35 anos, não abandonei o costume e, diariamente ao final do dia, tenho a companhia de amigos e vizinhos e o assunto em pauta é política. Tenho uma vizinha chamada Elza que é a mais falante do grupo. Lembro que durante a última campanha eleitoral para Prefeito ela chamava atenção de todos quando defendia, com unhas e dentes, o retorno de Amazonino para a Prefeitura.

Ao final das eleições a vitória foi do MAZOCA, como o Prefeito é chamado pelos seus amigos mais chegados. Como trabalhei para o SERAFIM, passei a ser alvo de gozações e ‘tiração’ de sarro quando os meus amigos diziam que meu candidato não perdera as eleições para Amazonino e sim para os buracos: uma alusão ao estado que as ruas de Manaus se encontravam quando das eleições.

Passaram-se meses e nada do atual Prefeito dizer para que foi eleito, sua promessa principal era que em seis meses iria tirar todos os ônibus velhos de circulação não mais haveria ‘caracecos’ circulando pelas ruas de Manaus.

Dois anos e cinco meses e nada de ônibus novos, continuam as mesmas latas velhas, e o mais agravante é que diariamente cerca de dez ônibus dão pane e ficam nas vias públicas atrapalhando o trânsito que já e caótico em nossa cidade. Se isso não bastasse um de seus maiores inimigos é a sua cria política, ou seja, o Deputado Federal Sabino Castelo Branco, que durante a campanha para Prefeito foi seu maior aliado.

E a criatura se vira contra o seu criador. Ao longo da vida política já assistimos esse filme várias vezes, só mudam os personagens, senão vejamos: Plínio Coelho cria politicamente Gilberto Mestrinho que, anos depois, se transforma inimigo do Ganso do Capitólio; Gilberto Mestrinho cria Amazonino Mendes que se torna inimigo do Boto; Amazonino Mendes cria três filhotes políticos de uma tacada só: Eduardo Braga - este sequer fala ou cumprimenta Mazoca quando se encontram em eventos -, Alfredo Nascimento, se sente o ‘rei da cocada preta’ e deu as costas para Amazonino e Omar Aziz, que vez ou outra menciona sua gratidão pelo seu padrinho político mas fica somente nisso.

Dona Elza quando interpelada sobre a administração do Prefeito, diz que continua descontente mais acredita na recuperação do Mazoca, e fala em alto e bom tom que não perdoa os traidores referindo-se ao Deputado Sabino, pois diariamente larga a peia em seu programa diário de televisão, criticando o Prefeito. Sentado numa cadeira tomando seu suco de cupuaçu está o Arquimedes, caladão e sempre comedido pede a palavra e diz para a Elza não se iludir com essa briga de bastidores porque tudo isso é teatro e que eles vão se acertar para as eleições do próximo ano e o cachimbo da paz vai ser fumado com a participação do grupo político do nobre edil, na Administração Municipal, talvez quem sabe será agraciado com duas Secretarias do Município, que com este mimo será aplacada a ira do apresentador que tem como objetivo somente colaborar como a administração do MAZOCA.

Após a fala do ARQUIMEDES, minha vizinha introverteu-se e despediu-se e foi embora passou alguns dias sem participar do bate-papo. A bem da verdade começamos a sentir falta de nossa falante colega, foi quando em uma noite a vimos caminhar vagarosamente, aproximou-se e cumprimentou os amigos e se dirigiu ao Arquimedes e disse que ele tinha razão porque o MAZOCA e SABINO fumaram o ‘Cachimbo da Paz’. Indagada porque chegou a essa conclusão, ela respondeu que faziam quinze dias que o Sabino não largava a ‘lenha’ no MAZOCA, acreditando com isso que estão vivendo uma lua de mel política.

E a gente fica aqui brigando por esses caras e na calada da noite eles ficam se acertando por aí. Daqui para frente a última coisa que quero falar é de política porque minha decepção foi muito grande, tanto que nas próximas eleições não vou votar em ninguém, prefiro pagar multa, vou pedir que a população vote NULO.

Este é o recado que vai para os políticos de pessoas simples como dona Elza, fazem autocrítica e sabem quando erram na escolha de seu candidato, no mínimo MAZOCA, não perdeu somente o voto de sua ex-eleitora fiel, como também de seus familiares, sem esquecer que ela vai andar pelo bairro de Santo Antonio, onde mora, largando a pua no Prefeito e no Deputado Sabino, contando o fato e propagando seu projeto do voto nulo.

Por: Paulo Onofre

Jornalista (MTb 467) e Analista Político e Social