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quarta-feira, 15 de junho de 2011

“A BORRACHA É NOSSA, PORRA!”


O Jornal Amazonas em Tempo publica reportagem que destaca o plantio de seringueiras no Rio de Janeiro, na ordem de 2 milhões de mudas da hevea brasiliensis, cuja seiva foi responsável pelo PIB de produção de borracha que no começo do século 20 apontava o Amazonas como o maior tributarista do país, avaliado em seiscentas toneladas de ouro, algo hoje em torno de 36 bilhões de reais  ano.

Mais uma biopirataria legal, é praticada contra o nosso Estado, se já não bastasse os húngaros terem contrabandeado o nosso tambaqui para a China, que hoje exporta o citado peixe produzido em gaiolas no Yang Tse, e outros rios chineses, num montante de 25 bilhões de dólares ano, e nós não exportamos nada desse pescado de vulto mercadológico.

Parece que nós gostamos de entregar o ouro ao bandido, e ainda parafrasear como aquela música masoquista que enfatiza: Me rouba que eu gosto”

É verdade. A ‘lesêra baré’ continua grasnando por todos os lados nessa terra de Aiuricaua, como diz o nosso emérito romancista Márcio Souza. E ele tem razão, quando ressalta que nós fazemos coisas que até Deus duvida, em termos de idiotice. Só nos falta trocar o Teatro Amazonas, por um balneário em Margarita, se fosse possível.

A parceria entre a Pesagro e a Michelin, e outros agentes, nos causa arrepios. Eles querem tirar de nós, o que nós não temos. Até a esperança do que poderíamos ter vai embora.

Por que eles não vão plantar miratinga, já que eles gostam tanto de   
devastar as coisas do Amazonas, ou não levam para suas lavouras atlânticas, uma leva de casas de gikitaia para infernizar suas vidas agourentas contumazes em se apropriar das riquezas da Amazônia? Por que eles não deixam em paz as nossas riquezas? Ou porque o nosso Governador, não os repreende asperamente e os manda plantar batata, pois como os seus descendentes árabes, Omar sabe empunhar como Saladino, a espada da liberdade em prol do povo do Amazonas?
Seria bom ficarmos alerta, e que a ALE e a CMM, gritassem alguma coisa em defesa da nossa borracha, já que o projeto deles é plantar 24 milhões de mudas no Rio.

Tivemos vários Probor e outras iniciativas que não deram certo aqui no Amazonas. Era tempo da ditadura. Eles não tinham visão tecnológica, nem sabiam o que era reengenharia de desenvolvimento agrícola. Agora hoje, o Rio tem, e ainda tem o Ministro Minc, dando uma de traíra contra o Amazonas, querendo levar a nossa riqueza para o Rio de Janeiro.

Culpa nossa. Parece que temos complexo de hiena, fazemos amor uma vez por ano, comemos merda e ainda vivemos rindo. Seria bom que a senhora Flávia Grosso, o Governador Omar, o prefeito Amazonino Mendes, grande mestre em geopolítica, deputados, bancada em Brasília, vereadores e a mídia, fizessem alguma coisa, para impedir que mais um assalto seja feito contra o Estado do Amazonas.

Olha, governo carioca, Michelin, e raios que pos parta, vão plantar seringueira lá nos infernos que os carregue. E não esqueçam de uma coisa: “A BORRACHA É NOSSA, PORRA”. Como diria o ilustre ex-senador Evandro Carreira, o nosso Curupira de Fogo.


                                             Alexandre Otto,
                                   é publicitário e escritor,
                      membro do Clube da Madrugada.