Total de Visitas

terça-feira, 21 de junho de 2011

Evandro Carreira: Quando um Calango fala de um Curupira

Eu me lembro muito bem, quando há mais ou menos uns 35 anos atrás, conheci Evandro Carreira lá no tradicional bar do Caldeira, situado ali ao lado da Santa Casa de Misericórdia, esquina da Joaquim Sarmento com a José Clemente.
Ainda era muito jovem, beirando os meus 20 anos, mas já afoito em querer saber das coisas, logicamente com os mais velhos e mais experientes na vida, assim entrei no referido bar, onde um violonista dedilhava uma canção antiga daquelas que fazem o coração viajar ao passado, mesmo sem sair do lugar.
Escorado e meio acanhado de estar entre aquelas feras da cerveja e do bate papo, voltei-me para a figura política que falava exatamente do assunto florestal destacando na sua palavra, a criação das fazendas aquáticas e da produção de agricultura varzeana, notei que o expositor era chamado de senador e se chamava Evandro Carreira, aproximei-me e me fiz conhecer do dito cujo, que sem delongas foi pródigo com a minha pessoa. Foi assim que conheci o Evandro Carreira, o maior amazonólogo vivo do planeta e certamente como já disse um cientista inglês, o Profeta da Amazônia.
Este é Evandro Carreira, o nosso sentimental Curupira de Fogo, apelido carinhoso que nós lhe laureamos, pela sua incomensurável competência sobre as coisas da floresta. Ele é autêntico, e pela vastidão de conhecimento amazônico, deveria estar dando palestras pelo mundo afora, com toda a infra-estrutura funcional de palestrante e cachê pago pelo governo. Não sabemos e não entendemos porque o governo gasta milhões com festas de boi numa região aquática (sic.), outras festanças de rótulo alienado, duplas sertanejas e outras polentas numa terra de beiju, e não patrocina o nosso Curupira a fazer palestras e conferências amazônicas  científicas nos fóruns do mundo inteiro, o que seria ótimo, agora quando mais do nunca se discute a questão climática e os Créditos de Redução de Gases do Efeito Estufa.

Torna-se necessário dar uma chance à humanidade de sair do abismo arretado do buraco de ozônio, e partir para uma solução de preservação da Amazônia, que só o Evandro Carreira conhece, justamente porque ele passou 8 anos no Senado Federal falando sobre isso no seu Recado Amazônico. É bom cuidar disso enquanto temos tempo, pois quem corre perigo somos nós, a humanidade.
Isso me leva ao filme 1 da série Rambo, quando o chefe de polícia diz para o seu grupo de policiais: “ Agora nós vamos caçá-lo” . E retrucando o General diz para o incauto policial: “É engano seu, vocês é que serão caçados”.
Ouçam o velho amazonólogo Evandro, enquanto é tempo, em agosto vindouro completará 84 anos, sempre lutando pela preservação do meio ambiente.                
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Analista Político e Social

Iranduba com mão-de-obra qualificada


Com a construção da ponte sobre o rio Negro e a realização da 
Copa de 2014, Iranduba deverá ser o segundo maior município do Amazonas.
            A qualificação profissional da mão-de-obra da população jovem de Iranduba é meta providencial e tem que começar agora, para dar sustentáculo a duas realizações emergentes: A construção da ponte sobre o rio Negro e a Copa de 2014, já que o município faz parte da área metropolitana de Manaus.

           Aliás, a capital da Zona Franca já passou por essa decrepitude, quando o turista ao fazer suas obvias compras, só faltava suplicar ao vendedor de qualquer loja do centro para ser bem atendido, enquanto o vendedor lento e mal educado fazia de conta que não estava vendo o cliente, deixando o turista completamente atordoado, pisando em ovos. Dessa maneira: indolente e grossa, o visitante caía fora da loja, deixando o dono da casa comercial sem faturamento e ainda fazendo propaganda negativa desses ambientes comerciais.

            Recomendamos a quem de direito, principalmente à prefeitura, que viabilize cursos de qualificação profissional gratuitos aos jovens, como forma de prepará-los para o mercado de trabalho com foco no turismo, pois o leque de oportunidades de emprego oferecidas neste setor será uma realidade que promoverá o bem-estar e desenvolvimento para o povo irandubense.

            O prefeito Nonato Lopes poderá estabelecer parcerias com empresas como: SESC, SENAC, SEBRAE e outras entidades afins que trabalham na formação de mão-de-obra, cobrindo, dessa maneira, a lacuna hoje existente em nosso Município. É imensa por parte da população a expectativa dos dois eventos acima citados, com eles virá agregada a geração de novas oportunidades de trabalho.  Com isso os jovens serão preparados profissionalmente para atender a demanda de marcado local e o empresariado poderá ter a certeza de que se instalando naquele município sua empresa não terá dificuldades para selecionar profissionais, e Iranduba passará a ser um mercado emergente.

          Temos também a qualificação que passa pelo empreendedorismo que visa impulsionar as habilidades pessoais para garimpar novos talentos para a promoção empresarial e quem ganha com isso é o município. Não esqueçamos que para cada dez empregos oferecidos em nosso País, seis são oriundos das pequenas e médias empresas.
             A verdade, é que todos ganharão principalmente o comércio e os hotéis de selva que se espalham pela orla do rio Negro - do Paricatuba ao lago do Janauari.

             Agora, quem tem razão é o presidente da FCDL, quando diz que: “É preciso preparar as pessoas para o que virá. Faltam restaurantes, hotéis, treinamento e investimento”.
             A mídia divulgou que o BNDS ampliou para 2 bilhões os recursos de sua linha de financiamento para projetos hoteleiros o que animou o setor. Entre as agências bancárias que podem realizar investimentos estão o BNDS e o Banco da Amazônia. Essas instituições financeiras estão recebendo consultas e analisando projetos de ampliação de linha de financiamento até o final do ano.
          Em Manaus, até o momento, nove hotéis já estão em fase de construção e devem ser entregues em 2013.
          Acredito que chegou a hora de empresários começarem a ver Iranduba como um grande potencial turístico.    
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Analista Político e Social
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

HOTEL AMAZONAS VIROU CORTIÇO


 Foto: Paulo Onofre

“Quem te viu, quem te vê”. Esse trecho da música de Chico Buarque cai como luva em cima do mais belo e famoso Hotel que Manaus já teve. Isso nas décadas de 50 e 60, quando era cartão postal da capital do Amazonas.

Conhecido no mundo inteiro pelo conforto e padrão de bons serviços hoteleiros, o Hotel Amazonas foi, sem dúvida, um dos mais conhecidos hotéis brasileiros, atendendo principalmente, a demanda de turistas estrangeiros que vinham à Amazônia, atraídos pelo fator inusitado de se hospedarem num hotel construído no meio da floresta, como estava artisticamente espacejado nas peças publicitárias do mesmo.

A sociedade local também costumava freqüentar suas boates musicais, e o Mandy’s Bar era um point famoso de nossa capital, onde os freqüentadores se deleitavam sorvendo uma boa cerveja ou um amadeirado whisky de décadas de envelhecimento.       

Lembramos dos últimos estertores agônicos de sua derrota, quando já no final de suas atividades hoteleiras, era gerenciado pela competência administrativa quase desesperada de seu gerente geral, cujo nome me foge da memória, mas este dedicado executivo era o marido da dona Terezinha Bayman, uma lady negra, muito bonita e gentil, cujo sorriso mais parecia as espumas do rio Negro descendo para o Encontro das Águas, um outro poema que Quintino Cunha jamais conseguiria escrever.

Tudo isso foi embora. Aliás, Manaus das coisas boas das nossas vidas, também está sendo devastada. O que é bom, as coisas raras e sentimentais da alma boa do nosso povo, parece conformar-se em flutuar sem direção no fim do temporal. E como diz um poeta maldito: “Deixa a merda viajar em paz. Por que te perturbas tanto, amigo”?

É verdade, mas caboclo é assim mesmo. A gente sempre dá valor às coisas da terra.

Acontece que os outros não estão nem aí, para o que der e vier. Se Manaus perder a beleza de suas coisas sagradas, pouco importa para a canalha.

Por isso é que o Hotel Amazonas virou um cortiço, uma coisa terrível de se ver, o suntuoso hotel, mais parece uma capoeira de galinha surreal. Sim, aos seus pés, ali na ilharga da praça defronte de uma banca infernal de guloseimas, todas as tardes, o povo faz roda de fome, e come um anti-higiênico churrasco de gato com farofa. Aliás, sem brincadeira nenhuma, os gatos sumiram da praça Heliodoro Balbi, assim como o Hotel Amazonas sumiu de nossas     incrédulas memórias.    

Alexandre Otto,
É publicitário e escritor,
membro do Clube da Madrugada;