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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cacau Pirêra fadada à cidade fantasma



Com a saída das balsas (foto) que fazem a travessia sobre o rio Negro, a comunidade de Cacau Pirêra, vai se transformar numa cidade fantasma.
Ao longo destes últimos anos centenas de famílias e pequenos comerciantes se instalaram no distrito do Cacau Pirêra, que fica na orla do rio Negro, no município de Iranduba. O comércio cresceu inflado pelo movimento de 10 mil carros que, em finais de semanas, são transportados pelas balsas, via porto de São Raimundo, além de outras pessoas que passam pelo local, usuários da rodovia Manoel Urbano que dá acesso aos municípios limítrofes.
Com a inauguração da ponte sobre o rio Negro, várias atividades econômicas desaparecerão levando junto vendedores de água, refrigerante, refeições e outros. Teremos uma gama de famílias que tiram seus sustentos das várias atividades comerciais sem condições de sobreviver no local.
Em um passado recente um ponto comercial naquele local era disputado a preço de ouro, hoje, antes da inauguração da ponte, já se pode comprar um ponto comercial por R$ 3 mil.
Os taxistas que trabalham no sistema de lotação transportando passageiros para o Iranduba, Manacapuru e Novo Airão, estão se articulando. Depois de idas e vindas conseguiram um local ao lado da Estação Hidroviária, no Centro de Manaus, para estacionar seus veículos. Em outras palavras: a pessoa pega um taxi na sede do município do Iranduba e vem direto para Manaus.
Os permissionários da feira municipal sabem que estão com os dias contados, mas há uma promessa que de que será construída uma feira em frente ao bairro do Mutirão, com recursos garantidos pelo Governo do Estado. De acordo com alguns comerciantes do local, vai acontecer uma quebradeira geral no comércio da área com a saída das voadeiras e das balsas que se deslocarão para o Porto da Ceasa e o Cacau Pirêra está fadado a se transformar numa cidade fantasma.
As mesmas promessas foram feitas no passado aos moradores do distrito de Ariaú que fica no Km 37 da rodovia Manoel Urbano, depois da inauguração da ponte que foi construída sob o rio Ariaú, os comerciantes daquele local quebraram, hoje moradores da vila vivem dos cargos que são disponibilizados pela prefeitura, o que tem causado uma série de transtornos uma vez que a disputa pelos mesmos  transformou antigos vizinhos em adversários pela disputa por cargos.
Tem coisas que acontecem em Iranduba, que ninguém consegue explicar como, por exemplo: Por que somente após a inauguração da ponte será feita a ampliação da estrada Manuel Urbano, será que vidas terão que ser ceifadas em acidentes naquela rodoviária para que fique comprovada a necessidade de sua ampliação? Por que a feira, que está com recursos garantidos para a sua construção, até o momento não foi iniciada, deixando aflitos os permissionários da feira do Cacau Pirêra, que terão que amargar prejuízos esperando que a obra seja concluída? São coisas que um administrador tem que antever porque administrar não é somente resolver o problema quando o caos está instalado, mas ter uma visão do futuro.
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Analista Político e Social
Foto: acritica.uol.com.br