Os vereadores tornaram-se defensores ferrenhos do Chefe do Executivo Municipal, transformando a Câmara como se fosse a cozinha do Prefeito.
Discípula de Mefístoles, por um lado sombrio e fisiologista e pelo outro, lenta e alienada como um matá-matá institucional, a Câmara Municipal de Iranduba se arrasta pendurada ao cinturão do prefeito Nonato Lopes, que em seu primeiro mandato fez um bom trabalho e hoje pegou o mal dos déspotas, isto é, não precisa de reeleição, e por isso mesmo esqueceu a municipalidade e dos cidadãos irandubenses, deixando o povo como sempre a ver navios.
Infelizmente a instituição não tem culpa, pois a Câmara Municipal de Iranduba sempre será do povo, como era o desejo do Ednor Pacheco, que reformou a mesma, provocando elogios do próprio Eduardo Braga, na época governador.
Acontecem desmandos gerais em Iranduba, e os vereadores calam-se (salvo um ou dois edis), os demais vão ficando calados, parece até que comeram abil, enquanto a peia vai cantando no lombo do povo. Povo bom de Iranduba, honesto, trabalhador, e destemido, não merece o que está passando e sofrendo, e o pessoal da Câmara não diz nada.
Nós, deste blog, vamos pôr ventilador na farofa deles, e vamos ver como é que fica o banquete desses políticos alienados que depois de eleitos mandam o leitor às favas. Avisamos: dor de barriga não dá só uma vez. Tripa de maus políticos pode ser transformada em invólucro de lingüiça, aí sim, vai ser duro a gente ver o povo correndo atrás da calabresa do candidato que traiu o eleitor. É como diz o Tonico das Mucuras, lá da comunidade São Sebastião: “é o cachorro preso e a peia cantando”. Eleição vem aí, cambada, e o povo de Iranduba vai dar o troco.
Desapontando todos os seus eleitores, vereadores que num passado recente tinham como sua bandeira a defesa da população, hoje também se calam e não dizem nada, haja vista que há uma década a Praça dos Três Poderes, bem diante de seu nariz, continua completamente abandonada, o que é uma vergonha para os senhores edis que deviam botar a boca no trombone sobre o tema e obrigar o prefeito a pelo menos reformar o dito logradouro com uma “maquiagem de resíduos”, já que há muito tempo a praça principal precisa de uma reforma séria.
A descrença do povo irandubense em políticos chegou ao linear, ou melhor, ao ápice, tanto que no dia 30 de agosto próximo passado, estive naquela casa legislativa para assistir a sessão plenária. Vejam bem senhores, quando adentrei na galeria não havia um munícipe assistindo aos pronunciamentos dos edis, alguns até que se esforçavam, impostavam a voz na tentativa de serem enfáticos em seus posicionamentos mas logo ficavam desestimulados ao notarem que ninguém os ouvia além de seus pares.
Esta é a triste realidade da Casa Legislativa do município vizinho, onde o povo mesmo antes da eleição começa demonstrar insatisfação com aqueles que deveriam ser seus representantes, mas que no decorrer do mandato tornaram-se defensores ferrenho do Chefe do Executivo Municipal, transformando a Câmara como se fosse a cozinha do Prefeito.
A reclamação de alguns vereadores daquele município é grande, dizem que cada eleição, fica mais difícil e mais cara. Pudera! Eles foram eleitos pelo povo e durante o mandato esquecem de quem os elegeu. O que eles esperavam, flores?
Quanto os apaniguados políticos do prefeito continuam fazendo reverências ao mandatário municipal, mas esquecem que ele está em final de mandato, mesmo assim vereadores e secretários ficam sonhando que serão indicados por ele para ser o futuro Prefeito. Enquanto isto o eleitor espera ansiosamente a próxima eleição para dar o troco nos traíra.
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Analista Político e Social
