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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Merenda escolar de Iranduba não tem mais nem pé-de-moleque


Nem pé-de-moleque as escolas dos municípios podem comprar para dar para as crianças amazonenses.
Furacão de uma administração municipal falida, a merenda escolar, como num pé de vento, sumiu em Iranduba, como num passe de mágica. É que o TCU- Tribunal de Contas da União, suspendeu o dinheiro da dita, pelas irregularidades de administrações passadas, recaindo esse torpor agônico da fome das crianças em cima do atual prefeito Nonato Lopes, que não tem culpa neste caso, mas deveria acionar  a Justiça e o Ministério Público contra o ex-prefeito que não prestou conta da verba investida em educação no período relativo a 2003. Alguns pais de alunos mais acéticos, dizem, desviaram e venderam o ‘baco baco’ dos alunos pobres principalmente, que vai a aula muitas das vezes porque não tem o que comer em casa, alguns vão sem o café da manhã.
Naquele município são mais de treze mil alunos da rede municipal que a partir do dia 19 de setembro terão suas aulas interrompidas  por conta  dessa incúria administrativa que redundou no corte da verba da merenda escolar. Isso é feio, é crime contra aquelas crianças, é um absurdo tanta esculhambação pública. Nem a merenda escolar escapa da incompetência administrativa daqueles administradores inaptos para o cargo.
E a coisa acontece bem embaixo do nariz da gente, pois o município dos sítios arqueológicos faz parte da região metropolitana da grande Manaus. O descaso, a inoperância é no nosso vizinho, agora imaginem a situação lá pras bandas do Juruá, ou Jutaí, onde achamos que as crianças estão comendo brisa, como naquele poema famoso da literatura brasileira.
Segundo informações divulgadas pela imprensa em Manaus, no primeiro semestre deste ano, outras prefeituras de municípios nosso estado tiveram problemas com a prestação de conta de verba destinadas a educação (leia-se merenda escolar), referente a 2010. Até o final do primeiro semestre deste ano apenas 10% das prefeituras haviam enviados dados pestando contas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Segundo o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), Jair Couto, fatos como esse são comuns, pois alguns municípios têm dificuldades de prestar contas, principalmente de gestões anteriores. Para Jair, parte das dificuldades deve-se a ausência de mão de obra qualificada e os problemas com logística, imagine um município que não tem agência bancária, e nem aeroporto e sinal de internet.
Ora, bolas pergunta que faço ao senhor presidente: por que a Associação dos Municípios, sabedora dessas dificuldades, não criou até hoje cursos para qualificar funcionários das prefeituras interioranas? Sem contar que em Manaus existem vários escritórios aptos a assessorar prefeitos na elaboração da prestação de contas. Afinal, qual a finalidade da AAM? Esperamos que não seja somente para aglutinar os prefeitos para participarem de reuniões improdutivas que, após a mesma, sempre é servido um  coquetel  regado com um bom vinho e outras bebidas acompanhadas de canapés.       
Enquanto isso vários municípios do Amazonas estão sendo administrados por prefeitos sem qualquer aptidão e noções de administração pública.
Alerto aos pretensos candidatos à prefeito de Iranduba nas próximas eleições, que são os pequenos comerciantes e empresários do ramo cerâmico naquelas paragens, que eles acreditam estarem  qualificados a administrarem o bem público, e se lançarão candidatos. Eleito esperamos que não ocorra como em passado recente quando era comum lermos por meio da mídia amazonense denúncias de desmandos administrativos cometidos por ex-prefeitos daquele município.
O agravante é que alguns gestores municipais, devido a falta de inexperiência como administradores municipais, não conseguem diferençar que  administrar uma Prefeitura é diferente de administrar uma empresa e aí passam a fazer compras sem licitações aquinhoando familiares e amigos com benesses. A partir daí o caos está instalado, esquecem que os recursos recebidos pela prefeitura é público.
Daqui fazemos um apelo ao governador Omar Aziz, que se diz socialista, que olhe para as nossas crianças, principalmente as que moram no interior do estado. Só em Iranduba são mais de 13 mil crianças que ficarão sem merenda escolar
Fome dói. E dói mais quando é em criança inocente, que não tem como se defender de prefeitos useiros e vezeiros na dilapidação do erário público de municípios carentes que compõem o nosso interior.
E nem pé-de-moleque as escolas dos municípios podem comprar para dar para as crianças amazonenses, acompanhadas pelo menos de aluá, já que Coca Cola custa R$ 2 e Q-suco, o pacotinho custa R$0,90, ô miséria. Deus me livre de tanta fome, num grande estado, que agora já está exportando bacalhau de pirarucu.  
E tem mais, sem merenda, não vai ter aula!
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Analista político e social