Total de Visitas

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Stones: O “Articulador Político” do PDT (Parte II)


Como sempre, este rapaz, na tentativa de se firmar como liderança partidária, mete os pés pelas mãos, mas há uma explicação: tudo na tentativa de eleger Dermilson, como deputado estadual, que agora está rindo da confusão que ele ajudou a construir.

             Por volta março de 2007, foi feita uma reunião da executiva do PDT, na qual o Senador Jeferson Perez, enfatizou que o partido teria que crescer nos municípios, mas para isso teria que organizar diretórios e eleger um número significativo de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. A tarefa de organizar os diretórios no interior ficou a cargo de Stones Machado.
          Durante esse período, em conversa com filiados do partido, Stones tentou arregimentar membros para compor uma chapa com a finalidade de concorrer à presidência do PDT do Amazonas, mas esqueceu que tinha como seu concorrente o nosso líder senador Jeferson Peres. Com dificuldades para compor sua chapa, Stones chegou a conclusão de que não haveria outra forma de vencer o Senador e apressou-se em retirar sua candidatura, mas falava em alto e bom tom que não tinha sido desta vez que chegaria à direção do partido, mas que após a aposentadoria de Jeferson Perez, automaticamente ele teria a sua oportunidade. A questão era de tempo.
          Alguns meses depois o Jeferson Perez faleceu e, no velório, Stones convocou a imprensa e comunicou que seria o novo presidente do PDT. Após a Missa de Sétimo Dia viajou para Brasília com o objetivo de se encontrar com o ministro Carlos Lupi para pedir seu apoio. Stones estava obcecado pelo poder, para aparecer na mídia, ele já tinha como certa sua indicação à presidência do PDT.
        Stones só não esperava que um grupo de pedetistas - que passei a chamar de ala autêntica do PDT, composta por mim, pelo Milson Pasqualino, Rui Gomes, Abel Pedraça e outros companheiros - indicariam  Jeferson Praia para dirigir o partido, por entendermos que o senador, como sucessor de Jeferson Perez, estaria investido de  mandato e sua indicação não seria obstaculizada pela Executiva Nacional.
           Aí começa uma briga do Stones pela presidência do PDT; ele se dizia aliado e amigo íntimo de Carlos Lupi e de Manoel Dias; avisava a todos que não mediria esforços para conseguir o seu intento; que usaria todos os meios possíveis e imagináveis junto à Executiva Nacional; para isso ele evocaria o período que já tinha como filiado no PDT/AM e que era um dos fundadores da agremiação no Amazonas, dentre outras coisas mais.
           Após a posse de Jefferson Praia, como senador, a cada noventa dias a Comissão Provisória tinha que ser revalidada. Era um Deus nos acuda. Todas essas vezes Stones viajava para  Brasília para puxar o tapete dos companheiros que compunham a comissão, para pleitear  junto  à Executiva Nacional a indicação de seu nome como presidente da Comissão Provisória. Foram sucessivas as vezes que tivemos que impedir de ele atingir o seu intento.
               Em 2010 por volta do mês de abril recebi uma ligação do Stones dizendo que precisava conversar comigo com certa urgência. Saí para encontrá-lo quando ele me informou que havia chegado de Brasília, e que todos os membros da executiva do PDT/Am,  seriam convocados para uma reunião com o Lupi quando seríamos informados que marcharíamos com Alfredo Nascimento e que teríamos somente um candidato a deputado federal, que seria Paulo D’Carli. Tentei argumentar porque era frontalmente contra esse apoio ao Alfredo, pois nosso grupo planejava ter uma chapa ‘puro sangue’ e que poderíamos lançar o vereador Mário Frota, como candidato ao Governo do Estado. Tentei explicar as dificuldades de o PDT apoiar o Alfredo no nosso estado, pois ele pertence ao grupo liderado pelo Amazononio  que  está há trinta anos no poder. Fiz lembrar que no passado a executiva do partido havia rejeitado o apoio a Eduardo Braga. Como iríamos justificar para os eleitores esta mudança de comportamento? Novamente afirmei que caso esse acordo fosse firmado estávamos fadados a não eleger ninguém e usei um adágio popular “o povo não é besta”.
                        Continuei insistindo em dizer que, face as rejeições dos candidatos ao Governo do Estado, Omar e Alfredo, na pior das hipóteses devido as dificuldades de recursos para financiar a campanha do Mário Frota, teria 15% da votação no estado, o que significaria algo em torno de 240 mil votos que, pelos meus cálculos, daria para elegermos um deputado estadual, com isso, resgataríamos a história do partido uma vez que nos últimos pleitos nos comportamos como erva daninha.
                        Viajamos à Brasília para a tal reunião com o Lupi e ele foi enfático que devíamos somente discutir candidaturas de deputados estaduais, pois os demais cargos já estavam decididos. O PDT iria apoiar Alfredo para governador, Jefferson Praia para senador Paulo D’Carli seria o único candidato a deputado federal. Tentamos falar em candidatura própria mas o Luppi disse que o assunto estava decidido e deixou entre linhas que, se o acordo que ele fez com Alfredo fosse quebrado, ele faria intervenção no partido.
                       Durante o retorno da viagem de Brasília vim me perguntando como é que esse cara, o Lupi, que não conhece a nossa realidade enfia de goela abaixo esta coligação difícil de digerir?
                     No dia da Convenção do partido, por discordar de termos um único candidato a deputado federal, fiz um protesto e me lancei candidato a esse cargo, e conclamei outros companheiros a me acompanhar, pedindo que  se  candidatassem. Fui voto vencido e messes depois, durante a campanha, o Paulo D’carli, retirou sua candidatura e ficamos apenas com duas jovens (mulheres) como candidatas.
                 Durante a campanha eleitoral constatamos que havia um acordo do Stones com a cúpula do PDT em Brasília para priorizar a eleição de Dermilson Chagas para deputado estadual, em detrimento das demais candidaturas,  portanto, além de termos que engolir a seco a decisão do Lupi em apoiar Alfredo,  tivemos ainda que passar por todos esses percalços.  

               Resumo da ópera: o Alfredo foi derrotado fragorosamente no primeiro turno  para Omar Aziz, daí pra frente todos conhecemos a história e não conseguimos eleger um deputado estadual, tampouco deputado federal. Quanto a Jefferson Praia, candidato ao senado, conseguiu uma votação expressiva diante das circunstâncias que o credencia para vôos mais altos.
Após as eleições o Stones desapareceu do partido porque tinha consciência do mal que havia feito quando  orientou o seu burgo-mestre Luppi, a apoiar Alfredo. Como sempre, este rapaz, na tentativa de se firmar como liderança partidária, mete os pés pelas mãos, mas há uma explicação: tudo na tentativa de eleger Dermilson, como deputado estadual.
Aqui finda a segunda parte da história.
Por: Paulo Onofre      
Jornalista (MTb 467)
Analista Político e Social