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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bianca é ouro amazonense na ginástica rítmica



A ginasta cabocla e linda comedora de jaraqui, Bianca Maia, arrebenta a boca do balão e conquista a terceira medalha de ouro, com sua equipe, para o Brasil nos jogos do Pan no México.
Todo esse desempenho esportivo espetacular que engrandece nosso país é conquistado por essa turma de garotas maravilhosas e primorosas atletas, sem um único incentivo providente mais acentuado e profissional. Quer dizer, as meninas roem beira de sino, fazem das tripas coração, ganham um troféu internacional que laureia esta Pátria tupiniquim, e patrocínio nada.
Imaginem se elas tivessem um apoio de relevância profissional, como tinha a Nadia Commaneci, a Daiane, ou o Adriano Imperador que ganha milhões para não jogar. Acontece que essa garotada valorosa que engrandece nossa nação, é deixada de lado e mesmo assim vai lá e fatura o ouro de um evento esportivo internacional.
Mas sempre foi assim na história crua da humanidade. Camões o maior escritor da língua portuguesa, morreu na miséria; Murilo Mendes, grande poeta modernista, desgostoso da vida foi para a Europa porque não quiseram publicar suas obras aqui no Brasil. Considerado pelos experts em literatura como o poeta mais fecundo da língua, aqui a canalha o desconsiderou. Mas lá na Itália, Murilo ganhou o maior prêmio literário europeu, o Prêmio Taormina de Poesia. E diz Carlos Drummond de Andrade que era seu fã e discípulo: “ninguém soltou foguete, nem saudou Murilo Mendes com passeata de carro de bombeiro”.
As garotas do Amazonas, que representam o Brasil, comandadas por Bianca Maia, também estão brilhando lá no México, representando e muito bem a ginástica rítmica da terra do futebol.
É bom que as nossas empresas e o governo, tomem um chá de simancol e comecem a prestigiar essas moças tão lindas que além de bonitas trazem medalhas de ouro para o esporte brasileiro.
Imaginemos se elas tivessem todo o apoio necessário para fortalecer e ampliar o seu desempenho olímpico. É o que diz o nosso Quintino Cunha no poema Encontro das Águas: “Que Amazonas de amor não sairia de mim, de ti, de nós que nos amamos.”     

Alexandre Otto,
É escritor, poeta e membro do Clube da Madrugada.

 Foto: www.acritica.uol.com.br