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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um abraço de tamanduá para o povo de Iranduba


A idéia da Universidade é excelente, mas faça como o Eduardo fez com o Prosamim. Faça o certo. Afinal de contas errar é humano.

Aplaudimos a construção da Cidade Universitária no município de Iranduba e refutamos como excelente idéia, mas ao mesmo tempo o governo do estado do Amazonas dá um imenso e antropofágico abraço de tamanduá no povo daquele município que na contra mão por falta de planejamento, provoca o maior constrangimento aos moradores da área a ser desapropriada para a construção do Campus da Universidade do Amazonas, pois  nada diz em relação à indenização e para onde vão aquelas famílias que moram no local.
Os moradores das comunidades estão se sentindo acuados dentro de suas próprias casas em face de incerteza com o futuro. Segundo uma moradora de uma das comunidades afetadas pela desapropriação, “foi criado um clima de terror pelo governo, quando membros de órgãos do estado avisaram aos mais de 600 moradores que as terras seriam desapropriadas e que teríamos um prazo de 90 dias para desocupar as áreas”.
Quero lembrar ao governador Omar Aziz do exemplo que deu certo, legado de Eduardo Braga quando criou o Prosamim e tirou os moradores dos ‘bodozais’. Braga, além de indenizar as famílias retiradas daqueles ‘bosteiros’ deu apartamentos decentes num ambiente saneado e, de quebra, construiu o Parque Jefferson Peres.
Pois é, se o governador continuar com essa idéia de tirar o povo daquela área sem antes providenciar um local apropriado para assentar as famílias, ele vai pisar feio na bola. Seria bom que o governo de Aziz agisse com transparência e justiça, afinal o Chefe do Executivo Estadual foi eleito com o voto do povo.
Seria bom o governo fazer uma reengenharia sobre o assunto e mandasse uma equipe de sociólogos, agrônomos, psicólogos e outros profissionais, com visão científica, que entendam de desapropriação e sossegue a alma dos moradores afetados. Afinal, são gente como a gente. No local existem escolas onde as crianças e os jovens estudam; famílias trabalham na psicultura e na produção de hortifrutigranjeiros que abastecem algumas feiras e mercados da grande Manaus.
Vislumbraram os moradores que, com a construção da ponte, seus produtos seriam escoados de forma mais rápida para o mercado local e, na tentativa de incrementar a produção, contraíram empréstimos junto a bancos e agências de fomentos, mas agora vêem seus sonhos de uma vida melhor se tornar um enorme pesadelo porque correm o risco de fazerem parte do novo grupo de ‘sem terra e sem teto’ do nosso estado. No seio dessa população existem pessoas idosas que vivem naquela área há mais de 40 anos e que, ao saber do fato, passaram mal com a noticia da desapropriação.
Os moradores das áreas desapropriadas já têm direitos adquiridos por meio de usucapião, portanto são donos da terra, uma vez que a Constituição Brasileira consagra esse direito. Se necessário for estas pessoas podem procurar o Ministério Público Federal a fim de assegurar os seus direitos, e aí a porca torce o rabo e o abraço de tamanduá vem em dobro sobre administração Aziz. O governador deve agir rápido, como agiu ao concluir as obras da Ponte Rio Negro.
Para discutir sobre o assunto será realizada uma Audiência Pública, no próximo dia 6 de dezembro, na Câmara Municipal de Iranduba (CMI), conforme propositura apresentada pelo vereador Francisco Elaime (PSB). Seria muito bom se o governo mandasse um representante para participar dos debates.
Acredito que o prefeito do município, talvez não tenha ciência sobre o assunto em tela, daí até agora não ter se pronunciado diante da gravidade da situação.
Aproveito para mandar um recado para Omar Aziz: ‘Vá lá Governador e ouça o povo! A idéia da Universidade é excelente, mas faça como o Eduardo fez com o Prosamim. Faça o certo. Afinal de contas errar é humano’.
Por: Paulo Onofre
Jornalista (MTb 467)
Jornal Tribuna do Iranduba