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terça-feira, 30 de outubro de 2012

PAIXÃO POR MANAUS





Arthur Neto: “Estou apaixonado pela idéia de governar Manaus”.
PAIXÃO POR MANAUS

Ellza Souza (*)

Para fazer qualquer coisa bem feita é preciso paixão. “Estou apaixonado pela idéia de governar Manaus”. Essa declaração de amor consta do primeiro pronunciamento de Arthur Virgilio Neto, no TRE, logo após a constatação de que havia vencido a eleição para prefeito da cidade. “Tenho noção do tamanho diminuto que tenho” se referindo à extensão dos problemas que receberá em janeiro de 2013.
Sem mais delongas já deu um nome para o comando da equipe de transição, Rodemark Castelo Branco, que será formada por mais 4 pessoas indicadas até o próximo dia 10. Como primeiro ato hoje mesmo vai enviar um ofício ao prefeito Amazonino Mendes, comunicando esse nome para os assuntos relacionados a transição até dezembro de 2012.

O candidato eleito aparentava cansaço e alegria ao mesmo tempo. Cercado pelo filho Bisneto, pela esposa, pelos ex-candidatos que o apoiaram, deu as primeiras pinceladas do quadro que o norteará pelos próximos quatro anos. Quer consenso na Câmara para construir uma governabilidade saudável com projetos necessários à cidade.  Conforme o prometido haverá um plano de gestão  para os primeiros cem dias. “Todos os contratos vigentes serão auditados” e haverá, segundo suas palavras “um enxugamento da máquina  para despesas de custeio”. O prefeito eleito quer economizar para investir mais e melhor e vai fazer uma “priorização dos problemas”. A idéia é “não deixar nada pela metade”.

O prefeito eleito disse que vai exigir disciplina rígida dos secretários que “devem servir ao povo”. Tolerância zero a atrasos e maus serviços. Para isso o critério de escolha será técnico e pelos méritos. Pretende construir uma “prefeitura independente”. Tranquilamente falou do governador Omar e da presidente Dilma com os quais pretende conversar. Aliás as notícias dão conta de que o governador já ligou para Arthur acolhendo-o na esfera política do Estado. “O povo de Manaus não cede seu destino para ninguém”, palavras de quem sabe bem a responsabilidade que o espera pois as cobranças serão pesadas, principalmente quem não quer perder privilégios e “boquinhas”, coisas que  Arthur Neto pretende combater.

“Não me interessa quem perdeu a eleição”. Para o prefeito eleito o que interessa é a população de Manaus para quem dedica as suas homenagens: “Parabéns ao povo que ganhou a eleição”. “Deus escreve certo por linhas tortas. Ele não me queria no Senado. Ele queria que eu governasse Manaus”. Portanto “quero fazer um governo exemplar” conforme a Sua vontade.

Foram muitas as promessas de campanha pelo fato de que tem muito a consertar e muito a ser feito. Por isso a necessidade de priorizar e ir fazendo. Dentre as promessas teve uma que me agradou profundamente. “Quem plantar uma árvore em sua casa terá desconto no IPTU”. Não pelo desconto mas sim pela valorização do nosso meio ambiente urbano cujas árvores estão cada vez mais raras. Sem as árvores e sem os igarapés vamos roer cimento à procura de sombra e água fresca.

Seja bem vindo Arthur Virgilio Neto e “remedando” o juiz Joaquim Barbosa num de seus pronunciamentos (“Paz no tribunal”) desejo PAZ em sua gestão, muita saúde e PAIXÃO sempre.

(*) É escritora, jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EDUARDO, O TRAQUINO




Eduardo Braga, O Traquino, título honorífico oferecido pelos senhores conselheiros do banco da Praça da República livre do Pina, filho político de Amazonino Mendes.


 EDUARDO, O TRAQUINO

Ademir Ramos (*)
Finda o segundo turno das eleições para prefeitura de Manaus e se nada ocorrer de extraordinário, o eleito será Artur Virgílio Neto, do PSDB, contra a candidata Vanessa Grazziotin, do PCdoB, patrocinada por Eduardo Braga, do PMDB, confirmando, dessa feita, a vitória ocorrida no primeiro turno.

Nessa circunstancia os holofotes voltam-se para o ex-governador e atual senador Eduardo Braga, líder do governo Dilma Rousseff, no senado federal, que atropelou o governador Omar Aziz (PSD) na composição de uma chapa aliançada com o PT de Lula e Dilma para disputar a prefeitura contra Artur Virgílio Neto, ex-ministro do governo FHC.

Tanto Lula como Dilma esteve em Manaus no palanque de Vanessa, fazendo juras de que o PCdoB faz parte da base aliada e que por isso, a senadora candidata conta com o aval do planalto quanto à sua candidatura a prefeitura da capital do Amazonas.

Tudo armado entre o time do ex-governador Eduardo Braga, O Traquino, título honorífico oferecido pelos senhores conselheiros do banco da Praça da República livre do Pina, pelo muito que fez no Amazonas em benefícios dos seus pares, enriquecendo a custa da perversa desigualdade que assola a capital e o interior do nosso Estado. Na cheia dos rios o povo sofre pelo abandono e na seca pelo descaso.

Mas, o importante para o Traquino e o seu time é ganhar as eleições e direcionar o Erário para a sustentação dos seus caprichos e vaidades, destinando ao povo somente as sobras. Esse povo explorado e dominado por uma cambada de governante salteadores do cofre público e mais grave ainda, da esperança de se construir uma nova ordem governamental assentada na justiça social.

A vitória de Artur, não tem viés ideológico partidário, é muito mais uma explosão de indignação contra os desmandos de um time qualificado pelo Supremo Tribunal Federal de quadrilha, tendo como chefe maior a direção do PT de Lula. É esta quadrilha de políticos criminosos que o povo do Amazonas repudia nas urnas, desbaratando seus crimes e, sobretudo, o projeto de poder perpetrado por esses agentes que transforma o partido em bando, a política em sujeira e as ações governamentais em afronta aos valores republicanos.

Artur, prefeito, é o depositário dessa esperança popular. Por isso, sua responsabilidade aumenta ainda mais, não devendo vacilar em suas práticas e muito menos em suas determinações quanto à melhoria da coisa pública e o serviço prestado a população de Manaus. Ao contrário, tudo está consumado e a derrocada se faz anunciar pelos seus próprios feitos.   

(*) É professor, antropólogo, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.


VANESSA, DE CARA NO MURO




VANESSA, DE CARA NO MURO

Ademir Ramos (*)

Confirmada a vitória de Artur e Hissa (PSDB/PPS) para a prefeitura de Manaus, nesse segundo turno, a candidata Vanessa Grazziotin (PCdoB), turbinada pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB), começa a pagar a fatura de sua eleição para o senado federal, aceitando as condições postas por seu patrocinador para disputar as eleições de 2012.

A sua derrota significa perda de sua base eleitoral, provocando grande prejuízo aos camaradas de seu partido, que no pleito em disputa não elegeu um só vereador em Manaus, sacrificando o pouco que tinha para satisfazer a voracidade do seu tutor eleitoral. Para Vanessa é fim de linha porque perde base e fica pendurada nas promessas palacianas confrontando-se com o próprio governador Omar Aziz (PSD) que sustenta para o Estado um outro projeto de realinhamento, visando à garantia da governabilidade posicionando-se a distancia do mandonismo do ex-governador Eduardo Braga.

Vanessa foi posta a prova e provou ao senador Eduardo Braga, o quanto lhe é fiel. No entanto, como perdeu chão, encontra-se possuída, ficando sem perspectiva fora da aba eleitoral do senador. Significa dizer que o futuro da senadora Vanessa depende no momento do projeto político de Eduardo Braga, o que é lamentável para o povo do Amazonas.

No entanto, a fortuna eleitoral não sopra a favor de Eduardo Braga como 
liderança maior do Estado, como pretendia ser. O governador Omar Aziz saiu fortalecido nessas eleições, podendo reordenar o bloco político local e quem sabe ampliar também sua força no cenário nacional, recorrendo aos seus pares da direção nacional do PSD para influir também  na defesa da Zona Franca, bem como na consolidação do desenvolvimento regional.

Esse diálogo deverá se estender também com o PSDB de Artur Neto, que, com a derrota do Serra em São Paulo, se assim for, irá deslocar força para Minas Gerais, dando musculatura ao projeto político de Aécio Neves (PSDB) e de Eduardo Campos, do PSB, para presidência da republica.

Cabe competência e habilidade para compreender esse quadro e quem sabe agregar novas lideranças para se construir um novo projeto nacional longe da saga do mensalão, assegurando ao Estado do Amazonas, o fortalecimento de suas instituições democráticas, bem como a promoção de políticas públicas fundamentadas na justiça social e na distribuição de renda.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.