Total de Visitas

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O HAITI PODE SER AQUI

Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Depois vieram Papa e Baby Doc (pai e filho) que dilapidaram os bolsos do povo haitiano e, em seguida, veio um tsunami e destruiu parte do que restou e a população, sem alimentos, foram procurar outros ares, com esperança de dias melhores.


Dilapidado por Papa Doc e outros déspotas insalubres que fizeram do Haiti as resultantes insólitas, que obrigam a população a procurar outros ares, essa gente boa haitiana chegou até nós buscando pelo menos um pouco de esperança de melhores dias.
Esses imigrantes, além do sufoco político, ainda tiveram que enfrentar cataclismos inúmeros e insuportáveis estados de violência, que batendo mais forte em seus corações do que o amor pela própria pátria amada, ocasionaram suas vindas para a terra de Pelé, homem negro, parecidíssimo como todo habitante de Porto Príncipe e outras cidades de seu país natal.
Aqui chegaram com o coração transbordando de otimismo, justamente porque o Brasil é conhecido no mundo inteiro pela grandeza de coração do seu povo, gente alegre, simples e hospitaleira como nenhum outro povo na face do planeta.
O povo amazonense os recebeu com serenidade, pois aqui em Manaus ainda tem muita gente boa, de boa índole, pessoas de formação pródigas em ajudar quem quer que seja, buscando perspectivas de sobrevivência. Mais de 300 mil paraenses moram aqui em Manaus, trocaram a grandeza do  Pará pela amizade do povo amazonense, e cá pra nós, mesmo com o surto da Zona Franca, a cidade de Belém, vista lá do Mangal das Garças, parece até a cidade de Nova York. Nós manauaras temos que entender isso, Belém está ainda um passo à frente de Manaus.
Principalmente agora, que uma figura macabra e demoníaca assassina um visitante haitiano, fato que ganha o noticiário da mídia internacional e na Internet. Somos um anexo dessa violência, nós caboclos amazônidas, agora estamos matando aqueles que trazem o coração esperançoso, pedindo de nossa parte, ao menos ume chance de sobreviver, parâmetro constitucional que dá aos estrangeiros toda segurança legal.
O sujeito foi e matou o pobre e esperançoso haitiano, enquanto na Índia, o visitante é recebido como um rei, e tudo de melhor, os donos da casa oferecem ao mesmo, porque a tradição informa que todo visitante que chega a sua casa, tem que ser tratado como se um deus o estivesse visitando.
Aqui, Manaus, o imigrante é recebido com a coroa da morte, e isso o envergonha o Estado do Amazonas e o próprio Brasil, nação que tem compromisso com o futuro da humanidade.
Por isso amigos, o título desse artigo tem razão: O Haiti pode ser aqui. Câmara, Assembléia, Governo, Omar e Amazonino, façam alguma coisa.

Alexandre Otto,
é escritor, membro do
Clube da Madrugada.