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terça-feira, 10 de abril de 2012

Frank Lopes: O empresário que tijolo com tijolo construiu paredes sólidas


Antes de se tornar proprietário de olaria o empresário Frank Pereira Lopes nunca havia martelado um prego numa barra de argila crua, mas isso não atrapalhou seus planos profissionais porque teve uma base sustentada ao lado de seu pai Austerlúzio Pereira, com quem adquiriu experiência e deu seus primeiros passos na estrada de barro, rumo à Iranduba, local onde, hoje, possui uma das maiores indústria oleira do Amazonas.
Assim, como na canção de Chico Buarque, “tijolo com tijolo num desenho mágico”, Frank “ergueu no patamar quatro paredes sólidas”, junto com o pai – que está quase aposentado - e seus dois irmãos, Tânia e Júnior, sócios no empreendimento. Hoje a Cerâmica Três Irmãos produz cerca de 100 milheiros de tijolos por semana, gerando emprego e distribuição de renda, contribuindo com o desenvolvimento do Estado e, consequentemente, com o boom da construção civil na capital.
Frank é um workaholic que desempenha suas atividades até em eventos sociais quando a conversa com os familiares e amigos sempre destoa para o assunto do momento, como a construção da Ponte Rio Negro e o desenvolvimento de Iranduba que, segundo previsões mais otimistas, sua população, daqui a uma década, pode chegar a 100 mil habitantes. Haja tijolo!
Mas a história de Frank, até chegar a vereador da Câmara Municipal de Iranduba (CMI) e empreendedor de sucesso, não foi fácil. Teve que colocar as mãos na massa, literalmente. Tudo começou com uma pequena olaria, que produzia nove milheiros de tijolos semanais, localizada no Jardim dos Barés, no bairro de São Jorge, de propriedade do pai e de seu tio Prudêncio, na década de 80. A partir daí Frank, que nessa época usava cabelos longos, começou a construir a sua trajetória. “Era tudo muito difícil, o barro vinha do Cacau-Pirêra, em barcos que descarregava próximo à ponte de São Raimundo e uma caçamba transportava a matéria prima até a olaria, onde tínhamos que levar, com as mãos, boa parte dessa matéria prima para jogar no forno”, lembra Frank.
Da pequena olaria de São Jorge surgiu um empreendimento, com 40 empregados, localizado no quilômetro 4 da Rodovia Manoel Urbano, numa área construída de 7.000m2, que já está sendo ampliada para acompanhar o desenvolvimento tecnológico do setor.
Nessa entrevista Frank Lopes fala dos momentos de dificuldade até a implantação definitiva do seu empreendimento que continua em fase de crescimento. Critica  saúde, a educação e o sistema de segurança de Iranduba e faz uma análise da política local, mas de uma coisa é certa: Frank demonstra que é um entusiasta que torce pelo desenvolvimento do seu município.
Tribuna de Iranduba: Como tudo começou?
Frank Lopes: A história remonta da década de 60 quando o meu tio Prudêncio, marido da tia Áurea, trabalhava na olaria Grillo. Depois disso, no início da década de 70, ele fez sociedade com o meu pai e fundaram a Cerâmica São Marcos. Foi assim que tudo começou.
TI: Até quando a Cerâmica funcionou, no Jardim dos Barés?
FL: Até o final da década de 80. Depois disso ficou inviável mantermos a atividade de olaria naquele local. Manaus tinha passado por um processo de crescimento e, logo nas imediações onde ficava a cerâmica, começou a ser construída várias residências, o que inviabilizou o negócio e tivemos que mudar de local.
TI: E de onde vinha a matéria prima para trabalhar durante estes anos que vocês mantiveram a atividade em São Jorge?
FL: Foi uma época difícil, o barro vinha do Cacau-Pirêra, em barcos que descarregavam próximo à ponte de São Raimundo e uma caçamba transportava a matéria prima até a olaria. Quando vejo a forma e as facilidades com que trabalhamos hoje, com maquinários de última geração, avalio que somente com espírito de pioneirismo e perseverança que tiveram meu tio e meu pai, é que foi fundamental para chegarmos aonde chegamos.
TI: Como foi a vinda de vocês para Iranduba?
FL: No início foi muito difícil. Há 20 anos a estrada era muito ruim, as balsas demoravam muito, não tinha a ponte, mas teve a parte boa. Mudamos a denominação social da empresa e passamos a chamar de Cerâmica Três Irmãos. A partir daí começamos a triplicar a nossa produção, se compararmos com o que era produzido em Manaus, até porque lá o espaço físico era de 500m2 e aqui passou a ser de 3.000m2.
TI: E qual era a produção, em Manaus?
FL: Salvo engano, era de 8 a 10 mil tijolos semanais, com a mudança passamos a produzir entre 35 e 45 mil. No início tivemos alguns problemas para alcançar essa meta porque as coisas não foram fáceis, mas conseguimos suplantar os desafios.
TI: Esses desafios foram suplantados com a modernização das máquinas e equipamentos?
FL: Exatamente. Tivemos que modernizar a linha de produção com a aquisição de equipamentos modernos. Em 2007, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), implantou novas regulamentações que tivemos que nos adequar. Com isso a nossa capacidade de processamento passou para 18 toneladas de matéria prima por hora, o que equivale a 3 mil tijolos. Foi um grande avanço.
TI: Com a inauguração da ponte, o pólo oleiro de Iranduba vai ficar no perímetro urbano da cidade, vocês pensam em uma possível mudança?
FL: Evidentemente. Já começamos um trabalho nesse sentido por meio da Associação dos Ceramistas do Amazonas (Aceram), entidade que fundamos em 2005, para congregar os produtores cerâmicos do município. Então, a partir daí passamos a trabalhar em parceria com a Prefeitura de Iranduba. Concomitantemente passamos a fazer viagens técnicas com visitas a vários pólos de indústrias cerâmicas, para conhecermos, in loco, como são produzidas telhas, blocos cerâmicos e outros produtos oleiros naqueles locais. Nessas viagens adquirimos conhecimento de novas formas de queimar tijolos, inclusive utilizando o gás.
TI: Para a qualificação de mão de obra a Aceram tem parceiros?
FL: O Sebrae é um dos nossos parceiros que tem trabalhado na capacitação profissional de empresários do segmento oleiro e na qualificação dos nossos colaboradores, visando este momento de mudança que está por vir, que é a implementação do gás, como matéria prima para queimar tijolos.
TI: Quais os benefícios que a Aceram presta à comunidade?
FL: No final de março a Aceram patrocinou a vinda do arqueólogo Paulo Roberto do Canto Lopes que ministrou uma palestra aos alunos finalistas do Curso Superior de Arqueologia da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). A palestra que teve como tema “Sítios Arqueológicos em Iranduba”, foi realizado na sede da Aceram. Como é do conhecimento da população, o município de Iranduba possui 107 sítios arqueológicos, identificados, que estão sendo pesquisados pelos alunos da UEA. No próximo dia 27 de abril a Aceram e os alunos do Curso de Arqueologia estarão realizando, na Câmara Municipal de Iranduba (CMI), um Seminário com a finalidade de discutir os problemas encontrados para a preservação dos nossos sítios arqueológicos e encontrar soluções junto às autoridades que cuidam das questões do meio ambiente. A prefeitura cedeu à UEA, uma sala na Escola Creuza Farah, onde são ministradas as aulas para os alunos do curso de arqueologia.
TI: O gasoduto trouxe algum benefício para a indústria do município?
FL: O gasoduto realmente passa dentro do perímetro urbano de Iranduba, mas temos ainda um grande percurso a ser caminhado até a implementação desse sistema que é o uso do gás em nossas empresas como combustível para a queima de tijolo.
TI: Há vários projetos em andamento no município e outros sendo viabilizados como a construção de condomínios residenciais, de hotéis, do Pólo Naval...
FL: Podemos começar a falar em soluções simples e daí avançar. Com o passar do primeiro ano da construção da ponte, algumas coisas ainda não estão bem definidas como, por exemplo, os nossos taxistas que não podem transitar em Manaus levando passageiros oriundos do nosso município até à capital. Nossos ônibus estão impedidos de transportar passageiros até o centro de Manaus.
TI: Qual seria a solução.
FL: Para os taxistas deveria ser determinada uma área próxima ao Colégio Dom Bosco, naquela curva onde ficava antigamente o Restaurante Jambeiro, ali seria o ponto de espera onde ficariam estacionados aguardando os passageiros. E quanto aos ônibus, eles fariam o seguinte trajeto: Compensa, Santo Antonio, São Raimundo, Aparecida, Centro; e o retorno pela Getúlio Vargas, Leonardo Malcher, Aparecida, São Raimundo,Santo Antonio, Compensa e Ponte.
TI: Como está a discussão em torno da área para a instalação do Polo Industrial de Iranduba?
FL: É uma discussão que precisamos retomar imediatamente, uma vez que está sendo construído o primeiro conjunto residencial de Iranduba, projeto pós ponte e outros virão com certeza.
TI: E quanto ao aumento populacional do município?
FL: Temos noticiais extra oficiais que mensalmente mudam para o Iranduba uma média de 800 pessoas. Se essa progressão se mantiver, em cada ano o município terá em torno de 9.600 migrantes; em dez anos teremos 96.000 novos moradores.
TI: Como vai o setor de saúde do município?
FL: Precisamos de mais investimentos por parte da União. Quando precisamos fazer um exame de média complexidade, temos que ser transportado até Manaus, para ser atendido no 28 de Agosto ou João Lúcio. Essa é uma das dificuldades que passamos.

TI: E a área de educação?
FL: A prefeitura firmou convênios com várias faculdades, em Manaus. Hoje temos dezenas de jovens com acesso ao estudo acadêmico graças a essa parceria, mas ainda é insuficiente diante da demanda, precisamos de mais cursos de qualificação em nível de ensino médio.
TI: Como está a questão da segurança pública depois da inauguração da ponte?
FL: Sem sombra de dúvida ficou pior. O governo precisa fazer investimentos. Hoje os ladrões roubam em Manaus e se escondem em Iranduba e vice-versa.
TI: O comércio melhorou com o tráfego de visitantes?
FL: Precisamos implementar o plano diretor do município, para que não aconteça na área comercial de Iranduba, o que aconteceu em Manaus, onde os transeuntes não podem andar nas calçadas, pois o comércio informal tomou conta do espaço.
TI: Como está a distribuição da água potável no município?
FL: Precisamos melhorar os investimentos nessa área, pois é fácil identificar o problema. Você anda nos bairros periféricos do município e depara com tubulações instaladas à céu aberto que levam água para residências.
TI: E a agricultura no município, tem tido crescimento?
FL: Não. Está perdendo espaço para a especulação imobiliária. Há vários loteamentos irregulares e cada vez mais o nosso município se distancia do objetivo pelo qual ele foi criado na década de 70. O Iranduba foi criado para ser um pólo hortifrutigranjeiro, mas está agonizando, precisando de investimentos, principalmente na área da agricultura familiar, sem isso nosso município perde sua identidade.
TI: O interior do Amazonas não tem um pólo de desenvolvimento exportador. Existe a possibilidade de o município produzir cerâmica para exportação, como há em Icoraci, nas proximidades de Belém?
FL: É verdade. Para trabalharmos na produção em produto para exportação teríamos que qualificar os nossos artesãos. Por outro lado, temos que identificar a matéria prima ideal para a produção destes produtos. Acho que temos condições, em curto prazo, de produzir artesanatos finos para vender ao resto do Brasil. Na Bolívia e em Cochabamba, eles utilizam o gás natural para queimar o artesanato.
TI: Quanto tempo uma indústria do pólo cerâmico passa para se instalar e funcionar a contento?
FL: Se o empresário receber financiamentos do BNDS e outras agências de fomento de nosso estado, acredito que em um prazo de um ano e meio a dois anos. Se isso não acontecer, esse prazo passa a ser de quatro anos.
TI: Hoje qual é o produto que concorre com o tijolo?
FL: O acartonado, o bloco de cimento. O mercado consumidor está aquecido e a nossa produção ainda é insuficiente para atender a demanda. O principal fator é a falta de matéria prima para utilizarmos na queima dos nossos produtos.
TI: Os empresários do setor estão investindo na qualificação de mão de obra?
FL: Ano passado a Aceram fez parceria com uma entidade do governo  para ministrar um curso de formação de técnicos em cerâmica. Participaram desse curso cerca de trinta pessoas com aulas práticas de produção cerâmica, onde os alunos passaram a conhecer todo o processo produtivo. Acredito que teremos, nos próximos cursos, uma readequação do conteúdo programático. Avaliamos que esse curso foi excessivamente técnico; faltou um pouco mais de aulas práticas e isso vai ser corrigido, mas já foi um avanço. Mais adiante vamos procurar o IFAM, a UEA e outras instituições ligadas aos processos de engenharia, arquitetura e demais cursos que venham difundir essa prática para qualificar nossos colaboradores.
TI: Existem em outros estados do Brasil, cursos contínuos para qualificar profissionais nessa área?
FL: Sim, no SENAR de São Paulo. Eu, particularmente, já participei de vários encontros onde se discutiu a produção de cerâmica vermelha e cerâmica fina. À guisa de informação, o Senai, do Amazonas, possui um laboratório para análise da nossa matéria prima e produção de produtos oriundos da argila.
TI: Como foi a sua experiência como vereador?
FL: Na realidade eu fui convidado pelo Chico Doido, então candidato à prefeito, nas eleições passadas, para coordenar sua campanha e para isso me filiei ao PRTB porque antes das convenções partidárias fui orientado pelo Chico que falou da necessidade de me lançar como candidato a vereador. Inicialmente fiquei renitente, mas aceitei. Porém tive como foco principal a candidatura do Chico, que infelizmente não logrou êxito. Nessa eleição fiquei como suplente e, após dois vereadores serem cassados, assumi o mandato. Foi uma boa experiência.
TI: Quais as suas metas para as próximas eleições?.
FL: Sou um ser político. Hoje exerço a função de presidente da Aceram e, caso convidado pelo meu partido, não me recusarei disputar as próximas eleições para vereador, mas isso se a população e a categoria que represento entender que tenho que abraçar essa missão.
TI: A Aceram, que representa a categoria, vai apoiar o pré-candidato Chico Doido?
FL: Estamos conversando. O Chico é uma pessoa que todos nós nutrimos grande respeito, tendo em vista a sua história de lutas. Mas ainda é cedo para decidirmos. Brevemente faremos uma reunião com o Chico para escutá-lo. Enfim temos tempo para informar quem a Aceram vai apoiar.
TI: O Chico é um bom candidato?
FL: É um homem de bem e tudo o que ganhou investiu na expansão de seus negócios, dentro do município. Ele não é doido. Tem biografia e referência. (por: Paulo Onofre)

Mimado por cunhado, Ronaldinho tem vida reclusa e 'esquema de chefe de estado' no Rio 

Desde o início de carreira, Ronaldinho Gaúcho foi acostumado a ter que superar os adversários na su cola e resolver sozinho os problemas de seus times. Atualmente, no entanto, essa realidade mudou um pouco e as cobranças ao craque também passaram para sua vida pessoal. Sem a mesma desenvoltura apresentada um dia dentro de campo, o craque agora precisa de ajuda fora dele para driblar outras marcações e cumprir com suas obrigações.

ALGUNS DETALHES DA ROTINA DE R10

Proteção extrema: Ronaldinho não anda sozinho e está sempre com pelo menos três dos cerca de dez seguranças que o acompanham pela cidade
Mão aberta: Ronaldinho paga metade do valor do rodízio da churrascaria que frequenta. A refeição sai por menos de R$ 50. As gorjetas, no entanto, costumam igualar ou até superar esse valor
Privacidade ou rua: Os convidados para as festas na casa de Ronaldinho não podem usar equipamentos fotográficos em sua mansão. Quem não cumpre o combinado pode ser retirado por um dos seguranças do jogador
Poucos companheiros: Ao contrário do que se imagina, poucos jogadores do Flamengo comparecem às festas na casa de Ronaldinho. Rodrigo Alvim, amigo desde as categorias de base do Grêmio e companheiro de quarto, e David Braz são os mais assíduos
Atraso zero: Apesar do número elevado de treinos que não participa com o resto do grupo e dos excessos noturnos, Ronaldinho não se atrasa para as atividades marcadas no CT do Flamengo. Por mais que não treine ou durma no vestiário, ele chega na hora
Com uma rotina reclusa, o camisa 10 do Flamengo exibe um esquema de segurança digno de chefes de estado para sair de casa e até mesmo um cunhado que funciona como uma espécie de "babá", controlando todos os seus horários e compromissos. Sérgio Costa, o Gibão, casado com sua irmã Deise, faz tudo para o jogador e deixa que Ronaldinho se preocupe, teoricamente, apenas com seu dever nos gramados.
Se o jogador precisa de pão para o café da manhã, Gibão resolve. Caso seja necessária a encomenda de uma nova remessa de roupas - cedidas pelo estilista e amigo Christian Audigier -, o cunhado providencia. E Sérgio Costa funciona até como despertador. É ele quem evita que Ronaldinho se atrase para os treinos após as conhecidas baladas que rolam até o dia amanhecer.
O fiel escudeiro de Gaúcho também é o capitão do time que não deixa ninguém chegar perto do jogador e tenta minimizar os efeitos negativos de sua desregrada vida noturna. Além de evitar possíveis registros das incursões do jogador pela madrugada carioca, ele fica responsável por montar toda a logística das poucas vezes que Ronaldinho sai de casa.
Seja no Barra Music, sua casa noturna preferida, ou na churrascaria Porcão, onde costuma se reunir com amigos, o camisa 10 do Fla não chega sem avisar e recebe um tratamento diferenciado para não ser importunado por fãs e paparazzi. Em ambos, Gibão "prepara o terreno" e pede que um lugar seja reservado para a estrela.