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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Trabalhador vive no país das maravilhas


Ricardo Morais e Elson Melo foram os grandes responsáveis pela criação de sindicatos fortes no estado do Amazonas. Nessa época vários movimentos culturais foram realizados, como o lançamento d’O Candiru, no bar do Armando, editado por Mário Adolfo e Simão Pessoa (Mário Frota e Arthur Neto, na foto, aparecem rejuvenescidos). Enquanto isso os sindicatos estavam nas ruas lutando pelos direitos dos trabalhadores.
       Lembro do final da década de 70 e começo dos anos 80, quando o dia do trabalhador, 1º de maio, era comemorado com grande alegria, mas também recheada de protestos, contra a inflação e baixos salários. Vivíamos um período difícil, em plena ditadura militar, que procurava amordaçar e calar líderes sindicais da época, dentre eles o recém eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas, Ricardo Morais,  Elson Melo e outros, foi uma eleição memorável, que mudou o sindicalismo no estado do Amazonas.
Passamos a viver um novo momento. Anos depois estes líderes sindicais foram afastados por divergências internas e o que temos hoje são sindicatos apáticos, fora de foco eqüidistante do objetivo precípuo da atividade que é a de brigar por melhores salários e condições de trabalho para os seus associados.
Lembro da década de 80, quando eu era encarregado do Departamento de Recursos Humanos de uma empresa no Parque Industrial de Manaus. Naquela época, já a partir de junho, o sindicato da categoria começava a fazer manifestações públicas em frente às fábricas quando os dirigentes sindicais levavam a pauta para discutir com os trabalhadores. Com isso se criou, dentre os operários, o interesse de participar das reuniões do sindicato onde se discutia o Dissídio Coletivo de Trabalho.
Na década de 80 participavam cerca de 5 mil associados nas reuniões sindicais. Nos dias de hoje os sindicatos aboliram essa prática de ir para a porta da empresa, discutir com os trabalhadores a ampliação de seus direitos. O dia 1º de maio passou a ser um dia de festa regada de churrasco, cerveja e sorteio de prêmios. Os Sindicatos perderam seu objetivo principal.
Os trabalhadores precisam urgentemente reinventar o sindicato e torná-los - novamente - o porta voz de cada categoria. (Por: Paulo Onofre) - Fotos: O Candiru: Mário Adolfo e Simão Pessoa
  

A MEMÓRIA SUBVERSIVA



No final da década de setenta, eu estava cursando o quinto período de Administração de Empresas, na Universidade do Amazonas, ao passar pela Praça da Polícia, parei para ouvir o discurso de uma pessoa que estava na Rotunda, gostei e, a partir daí, passei a ser um expectador esporádico, aos sábados, do Projeto Jaraqui.
Trinta anos depois do lançamento do projeto, voltei à praça para o seu renascimento. O vereador Mário Frota meteu o pau nos políticos corruptos, cheguei perto e, cumprimentei o nobre edil; tomei um cafezinho no Café do Pina, na companhia do Celestino Neto (livreiro); encontrei com velhos amigos, bebi uma água mineral com o Ademir Ramos (antropólogo), Socorro Papoula (militante do PT) e Paulo Onofre (consultor político).
Subiu à tribuna o advogado Abel Alves, o homem fez um discurso da melhor qualidade, propôs a mudança do nome projeto -, de Jaraqui, para Arraia -, para ferrar os políticos safados; depois, ouvi com atenção o professor Ademir Ramos em suas explanações, em seguida, a Socorro Papoula, fez um pronunciamento, incentivando as mulheres a se filiarem a um partido político e a conquistarem um cargo eletivo no legislativo – antes de ir embora para outro compromisso, ainda deu para ouvir o Deputado Luiz Castro, o homem falou brilhantemente, não é a toa que ele é considerado o melhor Deputado da atual legislatura.
Atendendo a um apelo do Ademir Ramos, peguei o chapéu Panamá do Abel Alves e, pedi gentilmente a contribuição de todos, para o pagamento do aluguel do equipamento de som, ainda bem que a grande maioria foi solidária.
Assinei a uma lista para o fim de uma imoralidade chamada “Auxílio Paletó”, depois, recebi do Paulo Onofre, uma Carta de Principio, com os seguintes termos: “O Movimento Social enquanto frente de organização popular conquista a cada dia novos espaços, visando exercer a soberania numa perspectiva contra grupos e força privatista que buscam reduzir o Estado aos seus interesses cumulativos, em vez de promover a distribuição através de politicas publicas eficientes formuladas em programas e projetos de inclusão social indutores da plena cidadania. Neste contexto das lutas sociais está inserido o Projeto Jaraqui, que refundamos nesta data com propósito de promover as discussões para garantir os Direitos Coletivos de nossa população seja do interior ou da capital, dos rios ou das florestas, das pessoas e da biodiversidade que nos cerca...”
Pronto, estou novamente engajado em movimentos sociais populares, de volta ao nosso Projeto Jaraqui -, pretendo nos próximos encontros, participar mais ativamente. A semente foi lançada. É isso ai.

Fonte:http://jmartinsrocha.blogspot.com.br/2012/04/volta-do-projeto-jaraqui.html