Total de Visitas

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O MODO DE GOVERNAR DE OMAR AZIZ


O governador não bate direto, mobiliza terceiros para bater e depois consola a sua vítima com mensagem de reconhecimento bem ao estilo de Al Capone que mandava flores as suas vítimas.

Ademir Ramos (*)

Ele governador não bate direto mobiliza terceiros para bater e depois consola a sua vítima com mensagem de reconhecimento bem ao estilo de Al Capone que mandava flores as suas vítimas.
Eleito em 2010 pelo bloco de Eduardo Braga (PMDB), o governador Omar Aziz (PSD) continuou fazendo juras ao seu antecessor, prometendo executar o que o “seu senhor mandar”. Inicialmente, nomeou apenas o seu gabinete seguido de outros agentes de pouca visibilidade, sem mexer no secretariado do governo Braga. Às vezes de forma sorrateira cancelava um empenho aqui outro ali sem afrontar o interesse corporativo dominante.
Eduardo Braga, eleito senador viaja para Brasília, prometendo voltar como candidato a prefeito ou ao governo do estado em 2014. Antes de viajar montou um aparato local junto à mídia com apoio dos seus auxiliares que continuavam aparelhados no governo Omar Aziz. E, por meio das ondas do rádio, programa que mantém todos os sábados em rede para o interior do estado, o ex-governador continuava anunciando as obras do governo como se fosse o próprio governador, não satisfeito, convocava ainda o secretariado do governo Omar para falar das obras e de seus programas como marca de sua competência.
Se já era arrogante e truculento enquanto governador depois de ser pinçado para a liderança do governo Dilma, Eduardo Braga potencializou ainda mais está prática, afrontando até mesmo a família do governador Omar Aziz. O seu comportamento lembra o modo político dos “coronéis de barranco”, que quando chegavam aos municípios eram arrebatados dos barcos e levados por seus favorecidos nos braços para mostrar o quanto eram aceitos pela população local. O mesmo tem feito Eduardo Braga, no aeroporto de Manaus, contando com o total apoio do secretariado de Omar Aziz.
A conjuntura começa a trincar quando o ex-governador tentou emplacar um candidato à prefeitura de Manaus à revelia de Omar Aziz. Neste momento, com a participação da primeira dama, o então governador resolveu interferir nesse cenário indicando a deputada federal Rebeca Garcia (PP), agindo do mesmo modo que o ex-governador, de cima para baixo. O que na verdade não prosperou talvez por falta de empenho ou quem sabe de caso pensado, acenando a favor do prefeito Amazonino Mendes (PDT).
O fato emblemático é a queda do secretário de educação Gedeão Amorim. O governador Omar Aziz sabe da estreita relação do Gedeão com o ex-governador, mas nunca fez nada para obliterar esta relação quanto ao uso da máquina a serviço dos interesses do então senador. Ele governador não bate direto mobiliza terceiros para bater e depois consola a sua vítima com mensagem de reconhecimento bem ao estilo de Al Capone que mandava flores as suas vítimas.
O banzeiro poderia ser menor se o governador tomasse a frente e respondesse com determinação a composição do seu bloco político. No entanto, é seu estilo esticar a corda fazendo crer que nada sabe e nada vê. Esta prática de governar desestabiliza a ordem governamental favorecendo a especulação e instabilidade no processo de gestão das política públicas.
O modo de governar de Omar Aziz não difere dos seus sucessores. Continua maculado pelo centralismo, pela corporação das oligarquias, pela especulação imobiliária e pela redução do interesse público a favor de grupos e outros arrivistas que tomam de assalto à economia do Amazonas. O governo mudou de mão, mas as práticas oligárquicas continuam ferindo a vontade do povo, excluindo parlamentares e lideranças populares das decisões governamentais advindos da mesma escola dos feitores do passado.
Nessa farsa eles se repetem no poder valendo-se do partido, coligações, poderio econômico e, sobretudo, da miséria e ignorância do povo que eles mesmos plantaram e cultuam no formato de bolsas e outras expedientes populistas. Mas, o banzeiro pode aumentar quando o povo cansado de ser explorado se perceber como juiz capaz de julgar os feitos dos políticos e de seus governantes afogando no ostracismo das águas do Rio das Amazonas.                           
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

PETELECO E MULETA NO PALANQUE DA POLÍTICA DO AMAZONAS


Sobrou para o Peteleco do Oscarino: Plínio Valério teve uma boa sacada, quando afirmava pela mídia que não era Peteleco de ninguém
Ademir Ramos (*)
Numa dessas eleições, o candidato Plínio Valério teve uma boa sacada, quando afirmava pela mídia que não era Peteleco de ninguém, querendo dizer que era um candidato de responsa e que respondia pelos seus atos com coragem e determinação. Com isso identificava um tipo de candidato que parece mais um boneco à mercê dos seus patrocinadores, sendo bancado para destratar o concorrente do seu majoritário. Este, por sua vez, está na disputa não por si mesmo, mas, por interesse da babita. Recentemente, o candidato Athur Virgílio Neto, valendo-se de outro recurso de retórica, declarou com todas as letras que não precisa de muleta para se apresentar junto ao povo.
O reboliço está feito. De imediato o governador Omar Aziz, disse que não é muleta de ninguém e multo menos serve de apoio para algum corpo atrofiado, merecendo total aprovação da Vanessa, com quem ele tem andado na periferia de Manaus, pedindo voto.
Petelecos e muletas a parte, o certo é que a campanha ainda nem começou nos meios de comunicação, mas já se pode mensurar como vai ser daqui pra frente. Os candidatos sofrem de início pela disparidade do tempo na TV, enquanto Arthur tem praticamente três minutos a candidata do governador conta com doze minutos, ameaçando fazer grande estrago nos arraiais dos adversários. É a mesma situação do Serafim e dos demais disputantes.
As pesquisas que saíram ainda não dão conta desta realidade. No entanto, é preciso está atento para ver como os marqueteiros vão projetar na mídia a imagem dos seus candidatos e de que forma irão trabalhar a melhor imagem dos seus clientes, com objetivo de vender para o eleitor um produto que tenha aceitação popular e seja capaz de convencer o eleitor que a sua escolha é a melhor. O fato é que a mídia eletrônica pode sim alterar a vontade do eleitor, contudo, é preciso reconhecer também que o eleitor não é um “cabeça oca”. Ele é sujeito de opinião, o que pode acontecer é o horário eleitoral servir para reforçar ou não determinados vícios ou virtudes que os candidatos têm no curso de suas biografias políticas.
Por exemplo, contra o Arthur pesa o trato com os camelôs e a sua vocação parlamentar. Para Serafim, a pecha de ser escada para o seu filho Marcelo, que é candidato a vereador. No caso da Vanessa, bate forte a derrota dela para o Arthur, em Manaus, e o abafa que foi feito no interior para que a sua eleição prosperasse. Denuncia esta que ainda está para ser julgada na Corte de Justiça do País.
Entre tapas e beijos, todos os candidatos têm face e interface. Alguns até usam mascaras para parecer aquilo que não é. Na dúvida, o eleitor consciente recorre à história e desmonta qualquer armação midiática e oportunista derrubando os argumentos favoráveis aos candidatos de provetas feitos em laboratório para atender aos interesses de um grupo de tubarões que se alimentam do jaraqui e da sardinha do povo, provocando danos e impactos a saúde, beleza e economia de nossa gente.
Se os candidatos não aceitam ser Petelecos e nem tampo muletas porque nós eleitores iremos aceitar está provocação. Não, queremos ser sujeitos de opinião, debater e discutir o bem da nossa Manaus, conhecendo os projetos e o compromisso dos candidatos, examinando o que eles dizem a partir da sua trajetória de vida, olho no olho, conferindo a validade de suas declarações quanto à viabilidade de suas propostas e programas. Nada de metrô de superfície, trem bala e outros factoides que já foram amplamente divulgados.    
(*) É antropólogo, professor e coordenador do NCPAM/UFAM.    

O MENSALÃO: siga o dinheiro e saberás quem são os "companheiros"



 O esquema foi organizado por um núcleo político chefiado pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu
Segundo a denúncia o dinheiro saía de órgãos públicos e privados, passava pelas empresas de Marcos Valério e era sacado por parlamentares da base aliada do governo petista. O julgamento começa  na próxima semana, no dia 02 (quinta-feira).

Nunca o Supremo Tribunal Federal se debruçou sobre um processo tão longo. São 300 volumes, 50 mil páginas, 38 réus e 600 testemunhas ouvidas durante 4 anos em 42 cidades brasileiras diferentes. Tudo para esclarecer um esquema clandestino de financiamento político organizado pelo PT, abastecido com dinheiro público para garantir apoio ao governo Lula no Congresso entre janeiro de 2003 e junho de 2005, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República.
De acordo com a Procuradoria, o esquema foi organizado por um núcleo político chefiado pelo então ministro da Casa Civil, José Dirceu. No núcleo operacional, a figura central foi o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que usou suas agências de publicidade que tinham contratos com o governo federal a fim de desviar recursos dos cofres públicos para os políticos indicados pelos petistas. “Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber”.
Conheça o esquema: