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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cony, 86: "No Brasil, já não há castração. Mas há impotência"

Havia um nono integrante, o poeta Thiago de Mello, que não foi preso na ocasião mas apresentou-se às autoridades depois.
ALVARO COSTA E SILVA
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
JOÃO PAULO CUENCA
Carlos Heitor Cony, 86, surge na sala do seu apartamento na lagoa (Rio de Janeira) andando com dificuldade. Se a distância fosse maior, usaria uma bengala; viagens, só mesmo com cadeira de rodas. Com galhardia, Cony enfrenta um câncer linfático crônico, diagnosticado em 2001. As sessões de quimioterapia enfraqueceram-lhe as pernas.A cabeça continua tinindo.

Durante duas tardes de conversas, totalizando seis horas, o escritor e colunista da Folha discute futebol e literatura, lembra amigos como Paulo Francis e Adolpho Bloch e conta como foram suas prisões durante o regime militar (1964-85) - seis no total.

Explica Cony, que uma delas foi por....

´Ter participado de uma manifestação diante do Hotel Glória, quando ali se reunia uma Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos. Faziam parte do nosso grupo, que foi chamado de "Os Oito do Glória", Antonio Callado, Márcio Moreira Alves, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Mario Carneiro, Flávio Rangel e o embaixador Jayme Azevedo Rodrigues.

Havia um nono integrante, o poeta Thiago de Mello, que não foi preso na ocasião mas apresentou-se às autoridades depois. O Partido Comunista prometera levar 5.000 operários, mas só apareceram cinco gatos-pingados. Não houve violência, apenas um soldado me apalpou e, como eu tinha um cachimbo no bolso, gritou: "Esse camarada está armado!'

Quando estávamos saindo de lá, presos na viatura, o Flávio disse: 'Olha o Paulo Francis!' Ele estava na calçada, olhando. Quando chegamos ao Batalhão da Guarda, em São Cristóvão, eu mesmo vi: o Paulo estava atrás de uma árvore. Na hora, me lembrei de São Pedro, que negou Cristo três vezes.”

Leia entrevista e manifeste sua indignação contra o autoritarismo e a mediocridade:  http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1153901-cony-86-no-brasil-ja-nao-ha-castracao-mas-ha-impotencia.shtml 

O JARAQUI DO ARTUR E O OVO DA VANESSA




 Nas águas que tem piranha jacaré anda de costa. Nessa fauna política, o ovo virou bicho de casco e passou a ser objeto de arenga entre candidatos, deixando constrangido o marqueteiro e filósofo Jacy Borreau, que de pronto retrucou: “Nem de ovo eu gosto porque onde tem jaraqui, ovo não me faz falta”.

O marqueteiro fazia referencia ao suposto ovo atirado na candidata de Eduardo Braga, Vanessa Grazziotin, que transtornada pelo ocorrido, não soube explicar a imprensa se foi ovo ou cusparada, não permitindo que a perícia pudesse examinar a cena do suposto crime.

O policial que interrogou a candidata, segundo Jacy Borreau, achou muito estranho a candidata do PCdoB não saber diferençar as propriedades de um ovo e de um cuspe. E assim indagava quanto ao cheiro, fragmento e forma, sem nada extrair da reclamante.

Enquanto isso, o candidato a prefeito de Manaus, Artur Neto, em seu horário político, declarava que jaraqui com baião é a pedida. E nessa mesa concorrida dos candidadatos, o tempero são as propostas, buscando convencer o eleitor, que o melhor para Manaus é se sentir parte do problema e lutar para que as propostas apresentadas sejam viáveis de acordo com o orçamento.

E o ovo em colisão, sem forma e propriedade está fora de cena, perdendo para o jaraqui do Artur nas pesquisas de opinião. Os próximos atos contam com o julgamento do governo Lula, no Supremo Tribunal Federal, e com a presença do líder petista em Manaus para participar do comício de apoio a candidata da companheirada. Lá no mensalão as provas abundam, aqui na "ovada" da Vanessa, a tragédia virá farsa e jaraqui faz banzeiro.   




“Todo o poder emana do povo”



“Todo o poder emana do povo”

Ademir Ramos (*)
As eleições é o espetáculo da Democracia. Nessas horas, o povo se faz dono da situação, detém o controle de campo, fazendo valer a sua vontade. Por isso, em todas as Cartas Republicanas está lavrado que “todo o poder emanado povo”, sepultando o domínio das oligarquias e das aristocracias, construindo plataformas sobre a vontade do povo numa perspectiva política revolucionária.

O marco histórico dessa manifestação remonta a Revolução Francesa, no século XVIII. No Brasil, inaugura-se esse movimento a partir da Proclamação da República à revelia do povo, que além ser explorado economicamente é subjugado politicamente pelos coronéis de barrancos, expropriando do povo o sagrado de direito de se manifestar como pessoa livre e sujeito de direito.

A revolução de 30 inaugura no Brasil uma nova ordem social, garantindo ao povo certas conquistas que iriam nortear as lutas sociais pela reforma agrária, direitos trabalhistas e pelo voto livre como práticas emancipatórias, visando o reconhecimento e controle do Estado pelas forças populares como forma de descentralização do poder e combate a perversa desigualdade social.

Nesse combate popular, as forças dominantes nunca deixaram por menos. Seja no Estado Novo, em 1937 ou no golpe militar de 64, a camarilha do poder tudo fez para manter o povo no tronco, sangrando, fazendo tudo para que a nação brasileira recorresse aos seus favores e assim pudessem afirmar o seu ato heroico e salvador, batendo no peito que sem eles (golpistas e militares) o povo seria lesos e bestializado.

Das últimas conquistas asseguradas pelo povo brasileiro, contrariando os interesses da camarilha corrupta e viciada, destaca-se o processo das Diretas Já, a Assembleia Nacional Constituinte e a Proclamação da Constituição de 1988. De lá para cá conseguimos emplacar a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei contra Corrupção e a Lei da Ficha Limpa. Ainda é pouco é necessário que o povo continue a sua trajetória de luta passando a limpo os poderes constituídos, moralizando as instituições e redirecionando as políticas públicas para o cumprimento dos interesses do povo, em particular dos excluídos, como forma de se promover a distribuição da riqueza tão acumulada nas mãos de poucos que chega a afrontar a dignidade da pessoa, a reclamar por Justiça Social.

Esta marcha em forma de avanço deve continuar e saiba muito bem que depende unicamente do teu voto. É assim que se faz valer a vontade da maioria no processo democrático. Por isso, o voto não tem preço, o seu valor é incalculável, quando se trata de confirmar nas urnas o nome do candidato que vai governar o nosso município, assim como também dos candidatos que irão assumir a Câmara Municipal. Está em jogo à qualidade dos poderes – executivo e legislativo – e só tu, somente tu, é o responsável. Portanto, não se deixe enganar por promessas mirabolantes faça a sua parte, semeando o bem para que no presente e no futuro possamos viver dignamente, assegurando a todos (as) políticas públicas de qualidade em atenção e respeito a nossa gente.   
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.