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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

“Palavra reta, sem curva do Benedito.”


Paulo Onça: “toda vez que vejo com as vestes da corte sinto orgulho de minha gente, da cor e da nossa história”.

Quis o sopro da fortuna que o ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes imprimisse cor, inteligência e força, sendo empossado na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a maior Corte de Justiça no Brasil, no dia 22 de novembro, após as celebrações da Consciência Negra, ato em louvor a rebeldia e a resistência de Zumbi dos Palmares.

Ademir Ramos (*)
No sábado (17), a Comuna Jaraqui, na República Livre do Pina, fez um tributo ao Nestor Nascimento, militante dos Direitos Humanos e um dos pilares do Movimento Negro no Amazonas, morto em 2003. Movido por esta razão fomos até a Praça 14 de janeiro articular com a comunidade para participar da Comuna. Na oportunidade, encontramos Paulo Onça, compositor da Escola Verde Rosa, que falou sobre o significado do ato, mas, lembrava na oportunidade o quanto é importante também para a luta do povo negro, das minorias e da igualdade racial, a coragem, determinação e competência de um homem de “palavra reta, sem curva”.

O bamba do samba, Paulo Onça chamava atenção pro sorriso e a retidão moral do ministro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, Relator da Ação Penal 470, conhecida nas páginas do crime como “mensalão”. Mais ainda, quis o sopro da fortuna que o ministro Joaquim Barbosa, doravante Benedito, imprimisse cor, inteligência e força, sendo empossado na Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a maior Corte de Justiça no Brasil, no dia 22 de novembro, após as celebrações da Consciência Negra, ato em louvor a rebeldia e a resistência de Zumbi dos Palmares.

Para o compositor da Verde Rosa, a palavra do Benedito não tem curva, como uma flecha acerta frontalmente sua presa e resgata a dignidade de ser brasileiro, reacendendo o orgulho negro, como bem explica Paulo Onça: “toda vez que vejo com as vestes da corte sinto orgulho de minha gente, da cor e da nossa história”.

O mais importante é que esse resgate jurídico, cultural e político resultam do combate permanente a corrupção, a impunidade e a desfaçatez de algumas lideranças partidárias que de forma fria e calculada afrontam o nosso povo e suas leis, manipulando as instituições públicas e suas políticas para fins particulares na perspectiva de se afirmar no comando do Estado como verdadeira quadrilha assentada no crime, apostando na impunidade e nos vícios da magistratura.

Benedito, em regime de colegiado, com a força da palavra adensada a sua história moral, faz valer o cumprimento da Justiça como Relator do mensalão, julgando e condenando os ladrões do povo. O ato tem ressonância nas ruas merecendo da Nação total aprovação por um Brasil novo, que luta pela igualdade racial e por um País socialmente justo que sonhamos juntos.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.