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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

HANNIBAL LECTER OU CABOCLO METIDO A GRINGO


Frias e duras como o Dr. Hannibal Lecter, psicopata dum filme de sucesso, as duas harpias olhavam para a anciã com desdém. Aí o gringo fala de novo, e o Amazonas vai pra merda...
É lastimável a decadência da sociedade amazonense, no que se refere às raízes culturais e identidade amazônica, fatores intrínsecos na formação histórica de um povo, coisa que estamos perdendo diante do decadente comportamento da nossa gente, Isto é o povo naufraga no meio de um m,ar social  abrupto e alienado. Herança política.
Essa absurda realidade escancara o paradigma da corrupção em que a sociedade brasileira está metida, senão vejamos, somos o pais em segundo lugar em injustiça social, só perdemos para  Bot swana, detentora do  primeiro lugar e o Brasil é o campeão mundial de miséria, segundo a UNESCO, legado da ditadura, Collor, FHC e Lula.
Certa vez em Tefé, observei uma moça perguntado para um peixeiro, se uma cambada de jaraqui era de robalo, o dito dono da  banca resmungou: “não foi roubado não, moça, é  3 reais, a cambada de 20”.
Essa linda cidade também possui inúmeras pizzarias de primeiro mundo, mas nenhuma peixaria, aí é que entra o caboclo metido a gringo, nossa boa gente ficou pávula e tem vergonha de ser descendente de índio e caboclo, é verdade.
 Maldição de perda de identidade e zelo pelas nossas coisas, começou há muito tempo, mas o caldo engrossou de Gilberto pra cá, como diz o senador Evandro Carreira, um gênio amazonólogo  esquecido por todos.
Junto com a face amazônica também perdemos o perfil da educação e a gentileza do caboclo que trazíamos na alma e que era um destaque antropológico do povo amazonense que construiu no meio da floresta a Paris das Selvas, hoje  metrópole dos Camelôs  e de políticos alienados e espertalhões.
Digo isso porque lembro das famílias educadas que ensinavam seus filhos a respeitarem os mais velhos e o dinheiro alheio.
Hoje, vi no ônibus, duas senhoras ainda jovens sentadas com seus filhos e uma velinha de uns 90 anos ou mais, balançando pra lá e porá cá dentro do veiculo, e nenhuma das duas figuras agudas como facas sociais, pôs os filhos no colo, para que a velha escapasse dos arrancos do motorista enlouquecido. Frias e duras como o Dr. Hannibal Lecter, psicopata dum filme de sucesso, as duas harpias olhavam para a anciã com desdém. Aí o gringo fala de novo, e o Amazonas vai pra merda, pois a alma boa da nossa gente de coração grande como a floresta, está indo embora, como uma turbina de merda espavorida.

Alexandre Otto,
é poeta e membro
do Clube da Madrugada