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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

MOMO NÃO É MAIS AQUELE



Meu celular, comprei ontem - Filho da puta, não sei se o palavrão era para o ladrão ou para a empresa que só dá fora de área. O ladrão sumiu em meio à multidão.
Festa popular mais significante em Manaus e no resto do Brasil, o carnaval perdeu a sua grandeza sociológica e histórica, pois o elemento circunstancial que marca o fenômeno de sua protuberância como festa pagã universal, criada lá na Grécia pelo cortejo de Dionísio, permeado pelo reinado de Momo, chegando até nós com os Zés Pereiras da vida, ao som das pastorinhas. Noel lá no rio, e aqui em Manaus, com o Brigue da Independência, que a gente corria pra ver lá na Eduardo Ribeiro, nossa avenida primeira do carnaval amazonense.
Lembro as Batalhas de Confete, o povo na rua entupindo a avenida, e aquelas moças lindas e senhoras distintas, atirando nos olhos do povo o charme ardido da lança de perfume.
Famílias com suas crianças, a paisana ou fantasiadas, se divertindo a valer numa verdadeira folia que rimava com sadia, porque Manaus já foi um grande centro metropolitano habitado por gente civilizada, que brincava e deixava os outros brincarem sem o desconforto de ser assaltada.
Uma balzaquiana simpática, saltando do ônibus, abre espavorida a boca de madrepérola, belos dentes, e ruge a plenos pulmões, como se fosse o grande poeta russo Mayacovski, declamando um poema libertário nos ouvidos do mundo, coitada, vocifera: - Meu celular, comprei ontem - Filho da puta, não sei se o palavrão era para o ladrão ou para a empresa que só dá fora de área. O ladrão sumiu em meio à multidão. Ninguém deu uma rasteira no pilantra. Isso é o carnaval de hoje por aqui e pelo resto do Brasil, apesar da policia ter procurado fazer o melhor para dar segurança à população foliona.  
Na noite de terça feira gorda, assaltaram um banco na Teodureto, e eu continuo pedindo tolerância Zero, contra bandido. O papa Xistp, um santo homem de paz, mandou matar todos os bandidos de uma cidade italiana e acabou com a folia da canalha.
Será que será preciso eu convocar Os Vingadores para que os ladrões sejam presos e exterminados, como o fez Sua Santidade, para que Manaus, tenha um carnaval como nos velhos tempos?

Alexandre Otto,  
é poeta e membro do
Clube da Madrugada.