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terça-feira, 5 de agosto de 2014

ANÕES, GOLIAS E DAVÍS - (guerra na Faixa de Gaza)




                                             *J.Alves é escritor e analista 

                                                                                                                                             J. Alves *
A Chancelaria de Israel e por extensão o Governo estão nervosos e tensos (complexos históricos?!). É compreensível, afinal o País e o povo não têm paz, quase nunca teve, e para variar num tema e processo recorrente, estão novamente às voltas com o Hamas/Palestina, em mais um massacre que todo o mundo decente e não alinhado condena (mesmo  que isso não signifique “achar que no mérito geral”  o outro lado esteja certo sistematicamente!).
Essa atual escalada começou com o não muito claro sequestro e morte de três jovens israelenses na região fronteiriça de Gaza, o qual foi atribuído ao Hamas; e depois houve uma série de retaliações dos dois lados, até um cessar fogo de poucas horas, e a volta dos conflitos, com o resultado que todos sabem: centenas de civis mortos e feridos do lado palestino (a maioria velhos, mulheres e crianças) e cinco dezenas de judeus, a maioria militares!
Foi contra essa DESPROPORÇÃO e a forma como ela acontece – sem prejuízo da análise ética e humanitária dos outros aspectos da questão – que o mundo reclama, e a Diplomacia Brasileira, uma das mais tradicionais, eficientes e respeitadas do mundo, não pôde se calar! Não há amparo em  nenhum ângulo que se analise os fatos – nem os EUA na Guerra do Vietnan atingiu esse nível ! ou tomou deliberações de uso de uma força armada constitucional para matança indiscriminada, mesmo depois do 11 de setembro ! portanto, é Genocídio mesmo!
A diplomacia é feita de pequenos detalhes e posturas que escapam à compreensão dos leigos, por isso é preciso se entender a posição do Brasil sobre esse caso (que em última análise é o mesmo de sempre “um affair árabe/judeu recheado de ranso histórico religioso racial e econômico ). Sem entrar nesses meandros dolorosos, precisamos deixar claro  a infelicidade, irresponsabilidade, louca prepotência, e com relação ao Brasil feia ingratidão do Chanceler Israelense tentar ofender o Brasil dizendo que é “anão”  “irrelevante” “não contribui para a paz” “e apoia terroristas” etc, etc!  Se qualquer dessas infâmias fosse verdade, simplesmente neste momento, ninguém  estaria discutindo  essa guerra, porque Israel não existiria!... ou o cenário de forças  seria  no mínimo diferente!...  vez que (não é bom ficar-se recordando, mas  para insensatos vale como o remédio popular “simancol”)  não somente o voto brasileiro, mas a campanha e sustentação diplomática bilateral, na histórica Assembleia da ONU nos idos de 1947, com a liderança lúcida e imparcial do grande Osvaldo Aranha, Embaixador Brasileiro, QUE TORNOU POSSÍVEL A CRIAÇÃO FORMALDOESTADO INDEPENDENTE DEISRAEL!!!  ... a  despeito de correntes de pressão pro árabes internas e na área internacional, lembrando que naquele momento, do pós-guerra  as nuvens da  chamada “guerra fria” ,já começavam a aparecer no horizonte, se confirmando com  o conflito da Coréia em 1950. E mais: por esse tempo, o pano de fundo das contendas já era o petróleo, o que paradoxalmente sempre serviu de freio para os EUA no oriente médio.
Por outro lado,  as brigas entre árabes e judeus, enquadram-se num complexo e macro problema, por isso os países europeus em sua maioria preferem a hipocrisia e o alinhamento com os EUA, que por sua vez atua como  “padrinho”  de Israel, tendo ajudado até aqui  a montar sua máquina de guerra, transformando-o em potência regional  (não confundir com potência militar mundial, como parece querer o arrogante Chanceler Israelense  -  não aguentaria com pelo menos dez países, Brasil no meio!... apesar de ter excelente força aérea e serviço secreto). O entendimento desse apoio incondicional – que faz líderes sionistas dizerem abertamente, que seja qual for o Governante americano e partido no poder, sempre os EUA apoiarão Israel!... eles devem saber o que falam, e por essa razão  “a voz popular mundial” fica também falando o tempo todo “que o ouro e o dinheiro-fortunas que existem nos EUA é quase todo dos judeus” ,o que explicaria o resto! De qualquer modo, ainda como uma das “causas mais de fundo”  estão  os lobbies das fábricas de armas americanas e de alguns alinhados aliados europeus, que têm o maior interesse em que haja conflitos, para venderem seus produtos – até apoiam campanhas presidenciais, como o caso dos Bushs, que saiu do segredo e virou notícia!
No âmbito da ONU, embora não muito divulgado, Israel foi condenado pelo massacre, foi exigido um cessar fogo imediato, e  proposta  a  criação de uma Comissão Internacional, para mediar no local. É claro que quem dá a palavra final, é os EUA, apesar do peso da Rússia e China no Conselho de Segurança, por isso também, só a decisão do Conselho de Relações Humanas  não é muito provável ter cumprimento. Então, é hora de se trazer à baila novamente, a proposta de uma reforma geral ou extinção dessa  ONU, e criar-se outra, levando-se em conta os novos fatores geopolíticos mundiais! (inclusive os dos últimos acontecimentos como da Ucrânia  etc)!... e na mesma  sequência, instar-se  internacionalmente pela criação do Estado Autônomo da Palestina, e ao mesmo tempo se costurar  um sistema de segurança de fronteiras que atenda as partes nesse conflito secular.
 Antes de encerrar, e extrapolando um pouco:  O Planeta Terra está  próximo de mais uma mudança de ciclo espiritual / social / físico geológico  -  nada de fim de mundo,  só “correção de rumos”  mas que se encaixa tanto nas previsões materialistas científicas por um lado,  como  também nos  “apocalipses”  de TODAS as religiões. E na parte “natureza, geologia global, cataclismos,   tudo é possível, e nenhum  local do planeta está totalmente livre deste ou daquele impacto!... mas nos aspectos não materiais intrínsecos (política, religiões, carmas espirituais, convulsões sociais  e  guerras  -  inclusive explosão de arma nuclear setorizada)    há regiões  do planeta que são mais “prováveis”!... e o Oriente Médio é uma delas, embora nada exima as outras regiões, principalmente  em países que vivem litigando e usando malvadamente o capitalismo, no apanágio  “do direito da força”  e  do esmagamento dos mais fracos, em contraposição ao que ensinaram e pregaram TODOS os Avatares de todas as religiões e crenças da Terra – portanto, de todos que brigam e se contradizem!
O Brasil, por ser de natureza pacífica e uma das dez maiores potências atuais, queiram ou não queiram alguns radicais, está no centro de qualquer decisão mundial sobre questões importantes a serem tomadas, se não no âmbito interno da ONU, em qualquer fórum do Direito Internacional, para ajudar na condução  e afirmação da paz, e da autodeterminação dos povos.
*J.Alves é escritor e analista
 político social no Amazonas

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