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quinta-feira, 2 de julho de 2015

MAIORIDADE PENAL: DEPUTADOS DO AMAZONAS MANTÊM O VOTO NA PEC 171




Assim votaram os deputados representantes do Amazonas nesta quinta-feira, na PEC 171, que reduz a maioridade penal
Os parlamentares do Amazonas mantiveram o voto da madrugada de quarta-feira, 1°, na votação da PEC 171, na madrugada desta quinta-feira, 2, quando a Câmara dos Deputados aprovou a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e outros), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
Na quarta, quando os votos foram insuficientes parta aprovar a emenda, a proposta derrotada inclía, ainda, os crimes de tráfico de drogas, roubo com causa de aumento de pena, tortura e lesão corporal grave.
Quatro parlamentares votaram a favor da matéria: Arthur Virgílio Bisneto (PSDB), Átila Lins (PSD), Marcos Rotta (PMDB) e Pauderney Avelino (DEM). Dois votaram contra: Conceição Sampaio (PP) e Hissa Abrahão (PPS). E outros dois estavam ausentes do plenário: Alfredo Nascimento (PR) e Silas Câmara (PSD). A matéria foi aprovada em primeiro turno e ainda será votada em segundo turno na Câmara antes de seguir para o Senado.

POR SERES HUMANOS MAIS HUMANIZADOS



Fonte:  Amazonas Atual
Em geral uso este espaço para falar de alguns aspectos do mundo da educação. Durante estes pouco mais de dois meses tenho chamado atenção para questões, como avaliação, disciplina, envolvimento da família, gestão para resultados e atuação docente.
É claro que para abordar estes temas foi sempre importante fazer um aprofundamento teórico. Algo necessário para dar ao leitor uma informação qualificada, essencial para a formação de um ponto de vista embasado e, portanto, crítico.
Mas hoje venho aqui tratar de um assunto que à primeira vista não parecerá ter a ver com educação. Hoje gostaria de falar de afetividade. Um tema que vem ganhando espaço, mas que durante muito tempo foi colocado na periferia da discussão dos processos de ensino-aprendizagem e, sendo assim, tem permanecido do lado de fora de muitas salas de aula.
Este afastamento deve-se muito ao “paradigma cartesiano”, que se encarregou desde o Século 17 em fazer uma separação entre razão e emoção, concebendo assim um modelo dualista, no qual o homem deve ter atitudes predominantemente racionais e raramente emotivas.
Perspectivas como essa (dualista) ignoram que razão e emoção estão intimamente ligadas, integradas em um único ser, que desenvolve seu lado racional a partir das emoções e que ao mesmo tempo possui emoções que emergem da razão.
O Físico Fritijoff Capra, em seu livro “Ponto de mutação”, já alertava desde a década de 1980 para o risco dessa separação, e do quanto seria importante promovermos a reconciliação destas duas dimensões do ser humano.
Na educação, percebe-se claramente o status superior que o conhecimento técnico ganhou em detrimento da afetividade. Assim, professores preocupam-se em ensinar da mesma maneira como foram ensinados, entendendo que uma boa educação deve ser abrangente, profunda e impessoal.
Neste contexto, amor, carinho, solidariedade, compaixão, fraternidade, ciúme, inveja, raiva e outros sentimentos de mesma natureza são temas pouco abordados em sala de aula, talvez porque não sejam encarados como uma discussão relevante. Desta forma, acabam restringindo-se quase sempre as aulas de Literatura, mais como elementos de identificação da obra de um autor do que como ferramenta para o exercício do autoconhecimento dos alunos.
E assim vamos formando “brutos bem sabidos”, pessoas que possuem algum conhecimento técnico, mas que são insensíveis no trato com os outros, incapazes de enxergar além de si e dos seus interesses. Seres indiferentes ao que os outros sentem. Por vezes cruéis, alheios ao que podem causar nos outros com suas palavras e atitudes.
E antes que alguém imagine que falo dos psicopatas ou dos Serial Killers dos filmes e novelas, alerto que estou chamando atenção para a formação que hoje recebe o homem tido como normal, aquele aparentemente sem nenhuma patologia psíquica dessas: é o engenheiro, o médico, o gerente de banco, o jornalista, o professor. Enfim, somos todos nós.
É nesta vacância deixada pela falta de afetividade na educação que se desenvolvem algumas das mazelas morais que vemos hoje, como a falta de respeito com os pais, a violência com os professores, a agressão aos idosos, o maltrato com os animais,  a intolerância e o preconceito.
Contudo, é necessário que se entenda que uma educação com afetividade não é aquela que se torna permissiva para com o educando, onde ele tudo pode em nome do “carinho” que se deve ter com ele. Isto, pelo contrário, é qualquer coisa, menos educação.
A afetividade deve estar presente nas relações, nas discussões e, por que não, até nos conteúdos ministrados. Para servir como referência na formação de juízos de valor e interpretação do mundo. Deve-se usá-la para a compreensão dos limites que devemos ter, do respeito para com o outro que deve estar presente em nossas atitudes, no entendimento do valor da vida humana e na aceitação da diversidade.
Talvez este seja o caminho para um mundo menos cruel, em que a emoção e o sentimento tenham a mesma importância que a razão, em que as pessoas tenham mais importância que os objetos, e consequentemente o ser seja mais importante que o ter.


George Castro é supervisor do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio;
diretor executivo da Macedo de Castro consultoria educacional; ex-professor da Universidade
Federal do Pará e ex-diretor do ensino médio e educação profissional do estado do Pará.
Contato: george@macedodecastro.com